29 de set. de 2013

SISTEMA ENDOCRINOLÓGICO

Endocrinologia

A endocrinologia é uma das várias especialidades médicas que existem atualmente. O médico endocrinologista é o profissional responsável por cuidar do nosso sistema endócrino. Esta é uma área da medicina que foi criada mais recentemente, por este motivo pode ainda ser um grande mistério para muitas pessoas.

O que é a endocrinologia?

 A endocrinologia é um ramo da medicina que procura cuidar de todos os transtornos que possam ocorrem nas glândulas endócrinas. O nome endocrinologia vem do grego, sendo que, “endo” se refere a interno e “krino” se refere a separar, secretar. Ou seja, endocrinologia quer dizer algo como “secreção interna”, uma forma de mencionar os hormônios.

A endocrinologia chegou ao Brasil somente por volta de 1980 e é, portanto, uma área de atuação bem recente. Foi neste período que se criou a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, também conhecida por SBEM. Este ramo da medicina tem recebido cada vez mais atenção, pois é o grande responsável pelo controle da obesidade.

O que faz um endocrinologista?

O médico endocrinologista é quem cuida do nosso sistema endócrino e de suas secreções. Estas secreções recebem o nome de hormônios. A variação na quantidade de hormônios dentro do nosso organismo pode causar uma série de transtornos e doenças. As principais complicações serão mencionadas logo a seguir.

O que é o sistema endócrino?

O sistema endócrino é um dos muitos sistemas que regulam o funcionamento do nosso organismo. Este sistema é formado por um conjunto de órgãos que possuem, como principal característica, a secreção dos hormônios. Os órgãos do sistema endócrino que possuem a característica de secretar estes hormônios recebem o nome de glândulas. As glândulas do sistema endócrino recebem o nome de glândulas endócrinas.


Nosso organismo é composto por dois tipos diferentes de glândulas, as endócrinas e as exócrinas. Quem cuida das glândulas endócrinas é o endocrinologista. As glândulas endócrinas lançam os hormônios que são secretados diretamente no nosso sangue. Cada hormônio age sobre alguns tipos de células. Quando o hormônio secretado atinge a célula-alvo que lhe é destinada, ocorre a resposta característica desta ação hormonal.
Os hormônios atuam em nosso organismo regulando um ou mais órgãos. Eles são extremamente importantes para o bom funcionamento do nosso corpo. Quando há alguma disfunção de secreção os problemas de saúde aparecem.  Os hormônios são os responsáveis, por exemplo, pela nossa reprodução, pelo funcionamento do metabolismo, pelo nosso crescimento e também pelo nosso desenvolvimento.
São muitos os tipos de glândulas endócrinas que existem no organismo. Podemos destacar algumas mais importantes como a hipófise, o hipotálamo, a tireoide, as paratireoides, os ovários, os testículos e as supra-renais, por exemplo. Cada uma destas glândulas endócrinas produz um ou mais tipos de hormônios. Quando alguma destas glândulas não está funcionando corretamente, ocorrem disfunções no nosso organismo. Abaixo vamos indicar os principais transtornos causados por falhas do sistema endócrino.

De quais doenças a endocrinologia trata?

 Quando ocorrem falhas do sistema endócrino nosso organismo responde de alguma forma. As complicações médicas mais populares que são causadas por disfunções nas glândulas endócrinas são a obesidade, a diabetes mellitus, alterações no colesterol, o hipotireoidismo e hipertireoidismo e os ovários policísticos.

A obesidade é uma doença crônica que possui como característica o excesso de gordura corporal. Não há somente uma causa para a obesidade e esta é uma doença bem complexa, pois ela integra fatores físicos e psicológicos, entretanto, o endocrinologista é um dos responsáveis pelo seu controle, pois pode ocorrer devido a alterações hormonais. O número de pessoas com obesidade mórbida tem crescido progressivamente nos dias de hoje. Este fator contribuiu para o maior enfoque neste recente ramo da medicina. São poucas as pessoas que desenvolvem obesidade somente devido a fatores genéticos, entretanto, quase sempre este é o principal motivo popularmente apontado.
Outras doenças como a dibetes mellitus e o hipertireoidismo são muito comuns na atualidade e são geradas devido a disfunções hormonais. O hipertireoidismo, por exemplo, é causado quando há excesso de hormônio tireoidiano no organismo. Já a dibates mellitus ocorre quando há a falta de hormônio insulina no sangue.
 
Tireoide
A tireoide é uma glândula que produz hormônios que são essenciais para o funcionamento do organismo em todas as etapas de nossas vidas. Afeta o desenvolvimento e crescimento na criança, o metabolismo, a função de diversos órgãos e a fertilidade.
As doenças da glândula são muito frequentes. A tireoide pode aumentar de tamanho homogeneamente ou na forma de nódulo(s), benigno ou maligno. Quando deixa de produzir hormônios adequadamente ocorre o hipotireoidismo e quando ela produz em excesso, o hipertireoidismo. Ambas situações trazem consequências negativas para o organismo.
Deve-se dar atenção especial ao feto e neonato, pois o hipotireoidismo nestas fases da vida causa graus variáveis de retardo mental irreversíveis se não for tratado precocemente. Por isto, é extremamente importante a avaliação da tireoide da gestante para garantir sua ingestão adequada de iodo (usado pela tireoide da mãe e do feto para produzir os hormônios).
1) Qual a função da tireoide?
A tireoide é uma glândula localizada na região anterior do pescoço abaixo da cartilagem cricóide, conhecida como pomo de Adão. Ela é formada por dois lobos, que ficam dispostos de cada lado da traquéia, e pelo istmo que une os dois lobos fazendo com que a glândula tenha formato semelhante ao de uma borboleta.
A sua principal função é produzir os hormônios tireoidianos triiodotironina (T3) e tetraiodotironina (T4). A tireoide produz principalmente o T4 e este vai ser transformado perifericamente (dentro das células nos tecidos alvo) em T3, que é o hormônio ativo. O T3 vai se ligar a receptores no núcleo das células, estimulando o funcionamento das mesmas.
O hormônio tireoidiano age em praticamente todos os órgãos, estimulando várias funções, como se fosse a gasolina do corpo humano. O hormônio tireoidiano age no coração controlando os batimentos cardíacos; no intestino controlando o peristaltismo e frequência de evacuações, na temperatura corporal, no humor, na memória; e outras funções cognitivas.
Age também no osso, no músculo e no tecido adiposo. Nas mulheres pode alterar a ciclo menstrual e ovulação quando ocorrem disfunções tireoidianas.
O hormônio tireoidiano é extremamente importante para a formação do sistema nervoso central no feto e no neonato e a deficiência destes hormônios, o hipotireoidismo, durante esta fase da vida gera retardo mental que pode ser irreversível se não tratado no primeiro ano de vida.
2) Principais problemas relacionados à glândula tireoide? Por que ocorrem?
A tireoide pode ter alteração funcional ou anatômica. Quanto à alteração anatômica, esta pode ser pela presença de nódulos (bócio uninodular ou multinodular) ou pelo crescimento uniforme da glândula (bócio difuso).
O bócio, chamado popularmente de papo, significa qualquer aumento da tireoide, seja de forma difusa ou nodular. O bócio difuso pode ocorrer nas disfunções tireoidianas, que será comentado posteriormente, ou quando ocorre deficiência de iodo também chamado de bócio endêmico. O bócio endêmico é mais raro no Brasil devido à implementação do iodo no sal de cozinha a mais de uma década.
Os nódulos são detectados ao exame clínico, ou seja, pela palpação do pescoço, em 4-7% da população e em 95% dos casos são benignos. No caso dos malignos os pacientes são submetidos a tireodectomia total (retirada da glândula) e reposição hormonal. Felizmente a grande maioria dos casos de câncer de tireoide tem um prognóstico excelente quando manejados de forma adequada.
A tireoide pode ter dois tipos de disfunção: o hipotireoidismo, quando funciona menos do que o necessário; e o hipertireoidismo, quando a glândula funciona mais do que deveria.  Estas disfunções são, na maioria dos casos, geneticamente herdadas e outros membros da família também são acometidos por estas disfunções.
Tanto o hipotireoidismo como o hipertireoidismo são doenças autoimunes. O indivíduo produz anticorpos contra a própria tireoide, bloqueando ou estimulando o seu funcionamento, respectivamente.
O hipotireoidismo é a alteração mais frequente da tireoide. Sua prevalência em mulheres é em torno de 10% e aumenta na menopausa, ficando em torno de 12 a 15% nesta fase. Em homens é menos frequente e sua prevalência é em torno de 3%. A incidência do hipotireoidismo em mulheres é de 4/1000 por ano e nos homens de 0,6/1000 por ano.
3) Como é feito o diagnóstico das disfunções tireoidianas?
O TSH é o hormônio estimulador da tireoide, ele é produzido pela hipófise e controla o funcionamento da tireoide. Quando ocorre o hipotireoidismo o TSH se eleva para estimular a glândula e quando a tireoide está hiperfuncionante, o TSH fica suprimido.
O TSH, o T4 e o T3 são utilizados em conjunto para avaliação da função tireoidiana, sendo o TSH o exame mais robusto.
Durante as últimas décadas, os avanços na sensibilidade e precisão dos ensaios laboratoriais para dosagem de TSH, bem como o entendimento das disfunções subclínicas (alterações discretas da função tireoidiana), possibilitou fomentar a discussão sobre o que constituem os valores de normalidade do TSH no soro.
Argumenta-se que o estabelecimento de normalidade mais refinado, refletiria melhor a “saúde tireoidiana” do que os valores atualmente adotados. Este assunto é de fundamental importância porque se relaciona com a realização de rastreamentos populacionais para disfunções tireoidianas e com a determinação do momento adequado para que a terapia de reposição hormonal seja iniciada, assim como na determinação do intervalo ideal dos valores de TSH dentro do qual os pacientes em tratamento para o hipotireoidismo devem manter seu TSH sérico. O atual valor normal do TSH sérico é de 0,4 a 4 mUI/L, algumas instituições recomendam a redução desses valores,  ressaltando que 95% da população dos indivíduos eutireoidianos saudáveis apresentam um TSH sérico entre 0,4 e 2,5 mUI/L.
A Sociedadade Americana dos Endocrinologistas Clínicos considera  o valor normal de TSH de 0,3 a 3,0 mUI/L
4) Por que o emagrecimento ou ganho de peso pode ter alguma relação com o funcionamento da tireoide?
A tireoide é a gasolina do corpo, age estimulando o funcionamento e diversas funções nos diferentes órgãos, portanto ela estimula o metabolismo e o gasto energético. Quando a tireoide esta funcionando, menos no caso do hipotireoidismo, a paciente vai ter um gasto energético reduzido. Além disso, ocorre retenção de líquido o que ocasiona um aumento de peso em torno de 10% do peso corporal.
No hipertireoidismo ocorre o contrário, há um aumento do metabolismo e do gasto energético que a paciente não consegue compensar com o concomitante aumento do apetite. Mas, devemos salientar que é um mito dizer que uma pessoa é gorda ou magra porque tem problema de tireoide. Estas disfunções causam alteração transitória do peso enquanto a paciente não está sendo tratada, uma vez que a paciente está recebendo tratamento adequado o peso vai depender da ingesta e do gasto calórico como ocorre com qualquer pessoa saudável.
5) O que estes problemas podem causar? Podem desencadear outros problemas de saúde a curto ou longo prazo?
No hipotireoidismo o(a) paciente vai apresentar um ou mais destes sinais e sintomas, que podem variar de intensidade conforme a gravidade da doença:
  • alteração de humor como desânimo e até depressão;
  • memória comprometida;
  • distúrbio do sono;
  • pele seca;
  • queda de cabelo;
  • intolerância ao frio (sente mais frio do que o normal);
  • edema (inchaço) de pálpebras principalmente, mas, também, edema de pernas e mãos;
  • obstipação (intestino preso) nas mulheres pode haver alteração do ciclo menstrual até amenorréia (parada da menstruação);
  • e em ambos os sexos pode haver diminuição da libido.
Caso haja demora no diagnóstico e tratamento pode ocorrer anemia, alteração do colesterol, aumento da pressão arterial, insuficiência cardíaca e raramente o coma, que ocorre mais em idosos quando o diagnóstico não é feito ou param de fazer o tratamento adequado.
No hipertireoidismo, os sinais e sintomas são opostos aos do hipotireoidismo, ou seja, o(a) paciente vai apresentar agitação; irritabilidade; alteração do sono (insônia); cabelos finos e unhas quebradiças; pele quente e úmida; intolerância ao calor (sente mais calor do que o normal); aumento da frequência de evacuações, podendo ter diarreia; alteração do ciclo menstrual (diminuição do intervalo e alteração de fluxo); taquicardia; e tremor das mãos.
Em longo prazo, o hipertireoidismo pode causar arritmias cardíacas, como fibrilação atrial; diminuição da massa magra (músculo); e diminuição da massa óssea com osteoporose e possível aumento do risco de fraturas em mulheres pós-menopausa.
6) Como manter a tireoide longe de problemas?
Não existe nenhuma dieta ou cuidado especial que possa impedir o aparecimento destas disfunções. Importante ressaltar que as fórmulas de emagrecimento, em geral, contém hormônio tireoidiano para aumentar o gasto calórico. Entretanto isto ocorre as custas de um hipertireoidismo que, como foi comentado acima, tem efeitos deletérios a saúde.
Portanto, é melhor não tentar aumentar a função da tireoide para emagrecer e assim evitar problemas.
7) Como estas disfunções na tireoide devem ser tratadas?
O tratamento do hipotireoidismo é feito com reposição hormonal, levotiroxina, que deve ser tomada diariamente, pela manhã, via oral e em jejum. O médico avalia, com exames de sangue, a função tireodiana e faz ajustes necessários de dose, baseado nos exames laboratoriais e na avaliação clínica da paciente.
No hipertireoidismo há mais de uma opção terapêutica, a droga antitireoidiana, o iodo radioativo ou cirurgia. O paciente pode ser tratado com medicamento que vai diminuir a produção de hormônio tireoidiano pela glândula (droga antitireoidiana), por um período que varia de um a dois anos. Neste período, em geral, o processo imunológico regride.
A outra modalidade de tratamento, quando o medicamento não é a melhor opção, como nos casos mais severos ou intolerância ao medicamento, é o tratamento com iodo radioativo que vai provocar morte celular, redução do volume da glândula e hipotireoidismo. No caso deste tratamento, o paciente vai precisar fazer reposição hormonal.
A terceira opção é o tratamento cirúrgico reservado para casos mais severos ou nos casos em que o bócio é volumoso (aumento exagerado da glândula).
8) De que forma a alimentação influencia no funcionamento da tireoide? Qual a importância do iodo?
A tireoide utiliza o iodo ingerido na dieta para a produção dos hormônios tireoidianos. Uma dieta adequada deve fornecer cerca de 150 microgramas de iodo por dia, que a quantidade suficiente para uma adequada produção dos hormônios tireoidianos.
Medicamentos, vitaminas ou alimentos com grande quantidade de iodo como frutos do mar, pães industrializados entre outros podem fornecer uma quantidade exagerada de iodo, causando disfunção tireoidiana. O excesso de iodo crônico pode ocasionar o hipotireoidismo, enquanto que uma sobrecarga aguda de iodo pode causar tanto hipo como hipertireoidismo.
A falta de iodo gera problemas mais graves. Pode ocasionar o hipotireoidismo e o desenvolvimento do bócio endêmico. As gestantes, em especial, necessitam de mais iodo, cerca de 250 microgramas de iodo por dia, pois este iodo será utilizado pela tireoide do feto para a formação dos hormônios tireoidianos.
A deficiência de iodo na gestante pode ocasionar problemas obstétricos e hipotireoidismo no feto - que leva a alterações no desenvolvimento do sistema nervoso -,  levando a retardo mental irreversível, se não tratado no primeiro ano de vida da criança. Para diagnosticar precocemente o hipotireoidismo no neonato se faz o teste do pezinho.




8 de jun. de 2013

Teoria da Burocracia

Origens da Teoria da Burocracia 

 A Teoria da Burocracia desenvolveu-se na Administração por volta da década de 1940, em função dos seguintes aspectos:


  1. A fragilidade e a parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das Relações Humanas, ambas oponentes e contraditórias, mas sem possibilitarem uma abordagem global e integrada dos problemas organizacionais. Ambas revelam o ponto de vista extremistas e incompletos sobre a organização, gerando a necessidade de um enfoque mais amplo e completo.
  2. A necessidade de um modelo de organização racional capaz de caracterizar toas as variáveis envolvidas, bem como o comportamento dos membros dela participantes, e aplicável não somente a fabrica, mas toda a forma de organizações humana e principalmente as empresas.
  3. O crescente tamanho e complexidade das empresas passaram a exigir modelos organizacionais mais bem-definidas. Milhares de homens e mulheres colocados em diferentes setores de produção e em diferentes níveis  hierárquicos : os engenheiros e administradores no alto da pirâmide e os operarios na base. Devem executar tarefas especificas e ser dirigidos e controlados. Tanto a Teoria Clássica como a Teoria das Relações Humanas mostraram-se insuficientes para responder à nova situação.
  4.  O ressurgimento da Sociologia da Burocracia, a partir da descoberta dos trabalhos de Max Weber, seu criador. A Sociologia da Burocracia propõe um modelo de organização e as organizações não tardaram em tentar aplica-lo na prática, proporcionando as bases da Teoria da Burocracia.

Origens da Burocracia

 

A burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na adequadação dos meios aos objetivos(fins) pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência  possível no alcance desses objetivos. As origens da burocracia remontam à época da Antiguidade.
   

Burocracia como forma de Organização

A burocracia - tal como ela existe hoje, como a base do moderno sistema de produção - teve sua origem nas mudanças religiosas verificadas após o Renascimento, Weber salienta que o sistema moderno de produção, racional e capitalista, não se originou das mudanças tecnológicas nem das relações de propriedade, como afirma Kari Mark, mas de um novo conjunto de normas sociais morais, às quais denominou "ética protestante", o trabalho duro e árduo como dádiva de Deus, a poupança e o ascetismo que proporcionaram a reaplicação das rendas excedentes , em vez do seu dispêndio e consumo em símbolos materiais improdutivos de vaidade e prestigio. Verificou que o capitalismo, a burocracia(como forma de organização) e a ciência moderna constituem três formas de racionalidade que surgiram a partir dessas mudanças religiosas ocorridas nos países protestantes e não em países católicos. As semelhanças entre o protestante ( o Calvinista, principalmente) e o comportamento capitalista são impressionantes. Esses três formas de racionalidade se apoiaram mutuamente nas mudanças religiosas. Para compreender a burocracia, Weber estudou os tipos de sociedade e os tipos de autoridade.

 Fonte Bibliográfica : Idalberto Chiavenato
                                                         Introdução
                                           Teoria Geral da Administração
                                      Sétima Edição, Revisada e Atualizada
                                           Editora: ELSEVIER- CAMPUS

Teoria Estruturalista

 As origens da Teoria Estruturista na Administração foram as seguintes:


  1. A posição surgida entre a Teoria Tradicional e a Teoria das Relações Humanas - incompatíveis entre si - Tornou necessária uma posição mais ampla e compreensiva que integrasse os aspectos que eram considerados por uma e omitidos pela outra e vice-versa.
A Teoria Estruturalista pretende ser uma síntese  da Teoria Clássica (formal) e da Teoria das Relações Humanas (informal), inspirando-se na abordagem de Max Weber e, até certo ponto, nos trabalhos de Karl Marx.

   2.  A necessidade de visualizar "a organização como uma unidade social e complexa, onde interagem grupos sociais " que compartilham alguns dos objetivos da organização (como viabilidade econômica da organização), mas que podem incompatibilizar com outros (como a maneira de distribuir dos lucros da organização). Nesse Sentido, o dialoga maior da Teoria Estruturalista foi com a Teoria das Relações Humanas.
  3.   A influencia do estruturalismo nas ciências sociais  e sua percussão no estudo das organizações. O estruturalismo Teve Forte Influencia na filosofia, na Psicologia (com a Gestalt), na Antropologia (com Claude Lévy- Strauss), na Matemática (com N.Bourbaki), na Linguística, chegando até a teorias das organizações com Thompson, Etzioni e Blau.
Nas ciências sociais, as ideias de Lévy- Strauss (estruturalismo abstrato : a estrutura é uma construção abstrata de modelos para representar a realidade empírica), de Gurwitch e Radcliff-Brown ( estruturalismo concreto : a estrutura é o conjunto de relações sociais em um dado momento), Karl Marx (estruturalismo dialético,  a estrutura é constituida de partes que, ao longo do desenvolvimento do todo, se descobrem, se diferenciam e de uma forma dialética, ganha autonomia uma sobre as outras, mantendo a integração e a totalidade sem fazer soma ou reunião entre si, mas pela reciprocidade instituída entre elas) e de Max Weber ( estruturalismo fenômenológico: estrutura é um conjunto que se constitui, se organiza e se altera e seus elementos têm uma certa função sobre uma certa relação, que impede o tipo ideal de estrutura de retratar fiel e integralmente a diversidade e a variação do fenômeno real) trouxeram novas concepções a respeito do estudos das organizações sociais. Na Teoria administrativa, os estruturalistas se concentram nas organizações sociais, variando entre o estruturalismo fenomenológico e o dialético.

  4. O Novo conceito de estrutura. O conceito de estrutura é bastante antigo. Heráclito, nos primórdios da historia e da filosofia, concebia o "logos"
 como uma unidade estrutural que domina o fluxo do ininterrupto do dever e o torna inteligível. É a estrutura que permite reconhecer o mesmo rio, embora suas águas jamais sejam a mesmas devido a continua mudança das coisas. Estrutura é um conjunto formal de dois ou mais elementos e que permanece inalterado seja na mudança, seja na diversidade de conteúdos, isto é , a estrutura mantém se mesmo com a alteração de um dos seus elementos ou relações. A mesma estrutura pode ser apontada em diferentes áreas, e a compreensão das estruturas fundamentais em alguns campos de atividade permite o reconhecimento das mesmas estruturas em outros campos.


Estruturalimos

O estruturalismo está voltado para todo e para o relacionamento das partes na constituição do todo. A totalidade, a interdependência das partes e o fato de que o todo é maior do que a simples soma das partes são as características básicas do estruturalismo. 

A Teoria Estruturalista é representada por grandes figuras da Administração.

Os principais expoentes da Teoria Estruturalista são:

  • James D. Thompson
  • Victor A. Thompson
  • Amitai Etzioni
  • Peter M. Blau
  • David Sills
  • Burton Clarke; 
  • Jean Viet 

No fundo, os autores da Teoria da Burocracia também podem ser considerados estruturalistas.

  • Max Weber
  • Robert K. Merton
  • Philip Selznick
  • Alvin Goudner

Alguns autores neo-estruturalista ou em sua fase neo- estruturalista são:

  • James D. Thompson
  • Charles Perrow
  • Jay R. Galbraith
Estrutura 
" O todo não é de nenhuma maneira a suas partes ... Para que haja estrutura é necessário que existem entre partes outras relações que não a simples jusaposição, e que cada uma das partes  manifeste propriedade que resultam da sua dependência à totalidade."
Ha estrutura(em seu aspecto mais geral, para Jean Viet) "quando elementos são reunidos em uma totalidade e quando as propriedades dos elementos dependem inteiramente ou parcialmente desses carecteres da totalidade". Assim, toda modificação de um elemento acarreta a modificação dos outros elementos e a relações".

Bibliografia : Idalberto Chiavenato
                                 Introdução
                      Teoria Geral da Administração
                      sétima Edição, Revisada e Atualizada
                      Editora: ELSEVIER- CAMPUS

    24 de abr. de 2013

    Fibromialgia

    O que é fibromialgia

    O termo fibromialgia refere-se a uma condição dolorosa generalizada e crônica. É considerada uma síndrome porque engloba uma série de manifestações clínicas como dor, fadiga, indisposição, distúrbios do sono . No passado, pessoas que apresentavam dor generalizada e uma série de queixas mal definidas não eram levadas muito a sério. Por vezes problemas emocionais eram considerados como fator determinante desse quadro ou então um diagnóstico nebuloso de “fibrosite” era estabelecido. Isso porque acreditava-se que houvesse o envolvimento de um processo inflamatório muscular, daí a terminação “ite”.

    Atualmente sabe-se que a fibromialgia é uma forma de reumatismo associada à da sensibilidade do indivíduo frente a um estímulo doloroso. O termo reumatismo pode ser justificado pelo fato de a fibromialgia envolver músculos, tendões e ligamentos. O que não quer dizer que acarrete deformidade física ou outros tipos de seqüela. No entanto a fibromialgia pode prejudicar a qualidade de vida e o desempenho profissional, motivos que plenamente justificam que o paciente seja levado a sério em suas queixas. Como não existem exames complementares que por si só confirmem o diagnóstico, a experiência clínica do profissional que avalia o paciente com fibromialgia é fundamental para o sucesso do tratamento.

    A partir da década de 80 pesquisadores do mundo inteiro têm se interessado pela fibromialgia. Vários estudos foram publicados, inclusive critérios que auxiliam no diagnóstico dessa síndrome, diferenciando-a de outras condições que acarretem dor muscular ou óssea. Esses critérios valorizam a questão da dor generalizada por um período maior que três meses e a presença de pontos dolorosos padronizados.

    Diferentes fatores, isolados ou combinados, podem favorecer as manifestações da fibromialgia, dentre eles doenças graves, traumas emocionais ou físicos e mudanças hormonais. Assim sendo, uma infecção, um episódio de gripe ou um acidente de carro, podem estimular o aparecimento dessa síndrome. Por outro lado, os sintomas de fibromialgia podem provocar alterações no humor e diminuição da atividade física, o que agrava a condição de dor.

    Pesquisas têm também procurado o papel de certos hormônios ou produtos químicos orgânicos que possam influenciar na manifestação da dor, no sono e no humor. Muito se tem estudado sobre o envolvimento na fibromialgia de hormônios e de substâncias que participam da transmissão da dor. Essas pesquisas podem resultar em um melhor entendimento dessa síndrome e portanto proporcionar um tratamento mais efetivo e até mesmo a sua prevenção.

      Fibromialgia em Pacientes
    Os mais comuns e característicos sintomas da fibromialgia são dor, fadiga e distúrbio do sono.

    A dor é o principal fator que leva o paciente a procurar cuidados médicos. As queixas dos pacientes em relação aos sintomas dolorosos são expressas com palavras do tipo: pontada, queimação, sensação de peso, entre outras.

    O paciente apresenta dificuldade na localização precisa do processo doloroso. Alguns têm a impressão de que ela ocorre nos músculos, outros nas articulações, enquanto uma parte relata que a dor se localiza nos ossos ou "nervos".

    Uma grande parte destes pacientes se queixa de dor difusa, referindo-se à dor com expressões do tipo: "dói o corpo todo" ou "dói tudo, doutor", quando interrogados sobre a sua localização.

    Tem se demonstrado, por meio de diversos estudos, a diminuição da produtividade e da qualidade de vida na fibromialgia.

    fonte: 
    -->http://www.fibromialgia.com.br/novosite/index.php?modulo=pacientes_artigos&id_mat=4
     
    -->



    22 de abr. de 2013

    Sistema ginecológico



    Os órgãos reprodutores externos femininos (órgãos genitais) têm duas 
    funções: permitir a entrada do esperma no corpo e proteger os órgãos genitais internos dos agentes infecciosos. Devido ao fato de o aparelho genital feminino ter um orifício que o faz comunicar com o exterior, os microrganismos que provocam doenças (patogênicos) podem entrar e causar infecções ginecológicas. Estes agentes patogênicos transmitem-se, em geral, durante o ato sexual.
    Os órgãos genitais internos formam um aparelho que se inicia nos ovários, responsáveis pela libertação dos óvulos, e que continua pelas trompas de Falópio (ovidutos), onde tem lugar a fertilização de um óvulo. Segue-se o útero, onde o embrião se converte em feto e acaba no cretal cervical que permite o nascimento de um bebé completamente desenvolvido. O esperma pode percorrer todo o aparelho em direção ascendente, para os ovários, e os óvulos em sentido contrário.
     
    -->
    Os órgãos genitais externos (vulva) são ladeados pelos grandes lábios, que são bastante volumosos, carnudos e comparáveis ao escroto nos homens. Os grandes lábios contêm glândulas sudoríparas e sebáceas (que segregam óleo). Depois da puberdade, cobrem-se de pêlos. Os pequenos lábios podem ser muito pequenos ou ter até 6 cm de largura. Estão localizados nos grandes lábios e rodeiam os orifícios da genitália e da uretra.
    O orifício do orgão genital denomina-se intróito e a zona com forma de meia-lua que se encontra por trás desse orifício é conhecida como forquilha vulvar.
    Através de canais minúsculos que estão situados junto ao introito, as glândulas de Bartholin quando são estimuladas segregam um fluxo (muco) que lubrifica o órgão genital durante o coito. A uretra, que transporta a urina da bexiga até ao exterior, tem o seu orifício de saída à frente do aparelho reprodutor.
    Os dois pequenos lábios têm o seu ponto de encontro no clitóride, uma pequena e sensível protuberância análoga ao pênis no homem, que é revestida por uma camada de pele (o prepúcio) semelhante à pele que se encontra na extremidade do membro masculino. Tal como este, o clitóride é muito sensível à estimulação e pode ter ereção.
    Os grandes lábios encontram-se na parte inferior, no períneo, numa zona fibromuscular localizada entre o sistema reprodutor feminino e o orifício retal. A pele (epiderme) que cobre o períneo e os grandes lábios é semelhante à do resto do corpo (grossa, seca e pode descamar-se). O revestimento dos pequenos lábios e do aparelho reprodutor feminino, pelo contrário, é uma membrana mucosa. Apesar de as suas camadas internas serem de estrutura semelhante à epiderme, a sua superfície mantém-se úmida graças ao líquido dos vasos sanguíneos das camadas mais profundas que atravessa o tecido. A sua grande quantidade de vasos sanguíneos dá-lhe uma cor rosada. 
     
    -->
    O orifício genital é rodeado pelo hímen. Na mulher virgem, o hímen pode cobrir por completo o orifício, mas normalmente rodeia-o como um anel adaptado.
    Como o grau de adaptação varia entre as mulheres, o hímen pode romper-se na primeira tentativa de manter uma relação sexual ou pode ser tão mole e flexível que não se verifica qualquer rompimento. Numa mulher que não é virgem, o hímen é como um pequeno apêndice de tecido que rodeia o orifício genital.

    Órgãos genitais internos 

     

    -->
    As paredes anterior e posterior do sistema reprodutor feminino normalmente tocam-se entre si, para que não fique espaço na genitália, excepto quando se dilata (por exemplo, durante um exame ginecológico ou numa relação sexual). Na mulher adulta, a cavidade do aparelho reprodutor tem um comprimento de 9 cm a 12 cm.
    O terço inferior da genitália é rodeado de músculos que controlam o seu diâmetro, enquanto os dois terços superiores se unem por cima destes músculos e podem distender-se com facilidade. O cérvix (a boca e o colo do útero) encontra-se na parte superior da genitália. Durante os anos férteis da mulher, o revestimento mucoso da genitália tem um aspecto rugoso, mas antes da puberdade e depois da menopausa (se não se tomarem estrogénios) a mucosa é lisa.
    O útero é um órgão com forma de pêra situado na parte superior da genitália, entre a bexiga urinária pela frente e o reto por trás, e é suportado por seis ligamentos.
    O útero divide-se em duas partes: o colo uterino ou cérvix e o corpo principal (o corpus). O colo uterino, a parte inferior do útero, abre-se dentro da genitália.
    O útero normalmente está um pouco dobrado para a frente, na zona onde o colo se une ao corpo. Durante os anos férteis, o corpo é duas vezes mais comprido do que o colo uterino. O corpo é um órgão com musculatura abundante que aumenta para alojar o feto. As suas paredes musculares contraem-se durante o parto para empurrar o bebé para fora pelo colo uterino fibroso e pela genitália. 
     
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    O colo uterino contém um cretal que permite a entrada do esperma no útero e a saída da secreção menstrual para o exterior. Excepto durante o período menstrual ou na ovulação, o colo uterino é geralmente uma boa barreira contra as bactérias. O cretal do colo uterino é demasiado estreito para que o feto o atravesse durante a gravidez, mas durante o parto dilata-se para que seja possível a saída do feto. Durante um exame pélvico, o médico pode observar a porção de cérvix que sobressai e que entra no extremo superior da genitália. Tal como a genitália, esta parte do colo uterino é revestida pela mucosa, embora esta seja do tipo liso.
    O cretal do colo uterino é revestido por glândulas que segregam um muco espesso e impenetrável para o esperma, justamente até ao momento em que os ovários libertam um óvulo (ovulação). Durante a ovulação, a consistência do muco altera-se para que o esperma possa atravessá-lo e fertilizar o óvulo. Ao mesmo tempo, o muco que estas glândulas do colo uterino segregam tem a capacidade de manter o esperma vivo durante 2 ou 3 dias. Mais tarde, este esperma pode deslocar-se para cima e, atravessando o corpo do útero, entrar nas trompas de Falópio para fertilizar o óvulo.
    Em consequência, o coito ocorrido 1 ou 2 dias antes da ovulação, pode acabar numa gravidez. Devido ao fato de algumas mulheres não ovularem de forma regular, a gravidez pode dar-se em momentos diferentes após o último período menstrual.
    O revestimento interior do corpo do útero (endométrio) torna-se mais volumoso todos os meses depois do período menstrual (menstruação).
    Se a mulher não ficar grávida durante esse ciclo, a maior parte do endométrio solta-se e origina uma hemorragia, que constitui o período menstrual.
    As trompas de Falópio têm um comprimento de 6 cm a 9 cm, desde as extremidades superiores do útero até aos ovários. A extremidade de cada trompa dilata-se e adopta a forma de funil, formando um orifício com maior diâmetro, para facilitar a queda do óvulo no seu interior, quando este é libertado pelo ovário.
    Os ovários não estão unidos às trompas de Falópio, mas encontram-se suspensos muito perto delas graças a um ligamento. Os ovários, de cor pérola, têm uma forma oblonga e são um pouco mais pequenos que um ovo cozido.
    Os cílios (prolongamentos das células, semelhantes a pêlos que se movem em vaivém) que revestem as trompas de Falópio e os músculos das suas paredes impulsionam o óvulo para baixo através destes tubos.
    Quando um óvulo encontra um espermatozóide na trompa de Falópio e é fertilizado por este, começa a dividir-se. Durante um período de 4 dias, o minúsculo embrião continua a dividir-se enquanto se desloca lentamente para baixo, pela trompa, até chegar ao útero. O embrião adere à parede uterina, onde se fixa. Este processo denomina-se implantação ou nidação.
    Cada feto feminino conta com 6 ou 7 milhões de oócitos (células ovulares em desenvolvimento) às 20 semanas de gestação e nasce com cerca de dois milhões de oócitos. Na puberdade, ficam apenas entre 300 000 e 400 000 para amadurecerem e converterem-se em óvulos. Os milhares de oócitos que não completam o processo de maturação degeneram de forma gradual e, após a menopausa, não fica nenhum. 

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    Métodos de diagnóstico em ginecologia

    Teste de Papanicolaou (Pap)
    Por meio de uma raspagem, extraem-se células do colo uterino para investigar a presença de um possível cancro. Em geral, recomenda-se que as mulheres façam este teste uma vez por ano, a partir da primeira relação sexual ou ao fazer 18 anos. O método é seguro e só requer alguns segundos.
    Colposcopia
    Utiliza-se uma lente de aumentar binocular de graduação dez para inspeccionar o colo uterino em busca de sinais de cancro, em geral como consequência de um resultado anormal no Pap. A colposcopia é indolor, não precisa de anestesia e faz-se em poucos minutos.
    Biopsia
    A biopsia do colo uterino e do aparelho reprodutor faz-se recorrendo à colposcopia para que se possam extrair amostras de tecido da zona mais anormal. A biopsia de uma área pequena da vulva faz-se na consulta, sem usar anestésico local. Para a biopsia do colo uterino normalmente não é necessário usar anestesia.
    No caso de se suspeitar da presença de cancro, extrai-se menos de 6 mm de tecido para se examinar ao microscópio.
    Raspagem endocervical
    Insere-se um pequeno instrumento no cretal do colo uterino para raspar tecido, que será examinado ao microscópio por um anatomopatologista. Este processo leva-se a cabo durante a colposcopia.
    Conização do colo uterino (biopsia em cone)
    Extrai-se do colo uterino uma porção de tecido em forma de cone, com entre 1,25 cm e 2,5 cm de comprimento por 2 cm de largura. O corte faz-se com laser, eletrocauterização (calor) ou um bisturi. É necessária anestesia. Por vezes, a conização faz-se depois de se terem obtido resultados anormais na biopsia, para facilitar o diagnóstico ou extirpar a zona anormal.
    Biopsia endometrial
    Insere-se um pequeno cateter, de metal ou de plástico, através do colo uterino na cavidade uterina. Move-se para trás, para a frente e em círculo, aplicando sucção na sua extremidade externa, para soltar e colher tecido do revestimento do útero (endométrio). O tecido é enviado para um laboratório, geralmente para determinar a causa de uma hemorragia anormal. A biopsia do endométrio pode ser feita na consulta. Não precisa de anestesia e provoca queixas semelhantes às dores menstruais.
    Histerectomia
    Insere-se no útero, pelo colo uterino, um cateter fino com cerca de 8 mm de diâmetro. O tubo contém fibras ópticas que transmitem luz para poder visualizar a cavidade e pode incluir um instrumento de biopsia ou de eletrocauterização (coagulação pelo calor). Em geral detecta-se a causa da hemorragia anormal ou outras anomalias e colhem-se amostras para fazer uma biopsia, a sutura ou a extirpação. Este procedimento é levado a cabo na consulta ou num hospital, juntamente com a dilatação e a raspagem.
    Dilatação e raspagem (D e R)
    O colo uterino dilata-se (distende-se até abri-lo) com varetas de metal para inserir um instrumento com forma de colher (cureta) e desse modo raspa-se o revestimento do útero. Este procedimento é utilizado para diagnosticar anomalias no endométrio sugeridas pelos resultados de uma biopsia ou pelo tratamento de um aborto espontâneo incompleto. Para os abortos incompletos, a cureta que se utiliza é um tubo de plástico no qual se produz sucção na extremidade externa. D e R costumam fazer-se num hospital com anestesia geral.
    Histerosalpingografia
    Faz-se uma radiografia depois da injeção de um contraste através do colo uterino para delimitar a cavidade uterina e as trompas de Falópio, em geral como parte de um exame para descobrir causas de esterilidade. O estudo é feito no consultório médico e pode provocar mal-estar, como cãibras. Por isso, é administrado um se
    Ecografia
    São aplicados ultra-sons (ondas sonoras a uma frequência demasiado alta para serem ouvidas) através da parede abdominal ou da genitália. O perfil do seu reflexo fora das estruturas internas é observado num monitor para confirmar a condição e o tamanho de um feto e para contribuir para o diagnóstico de anomalias fetais, gravidez múltipla, gravidez tubária, tumores, quistos ou outras anomalias nos órgãos pélvicos. A utilização de ultra-sons não provoca dor. Também é utilizada na amniocentese e noutros processos de colheita de amostras.
    Laparoscopia
    Insere-se um cateter de visualização fino, que contém fibras ópticas, na cavidade abdominal através de uma incisão feita na parte inferior do umbigo. É utilizado dióxido de carbono para insuflar o abdómen, para visualizar com clareza os órgãos do mesmo e da pélvis. Em geral, a laparoscopia é utilizada para determinar a causa da dor pélvica, da esterilidade e doutros problemas ginecológicos. O laparoscópio pode ser utilizado com outros instrumentos para efetuar biopsias, procedimentos de esterilização e diferentes intervenções cirúrgicas; também pode ajudar a obter óvulos para a fecundação in vitro. Esta operação faz-se num hospital e requer anestesia; em procedimentos limitados, é administrado um anestésico local, mas a anestesia geral é usada com muito mais frequência.
    Culdocentese
    Insere-se uma agulha pela parede da genitália, mesmo por trás do colo uterino, até chegar à cavidade pélvica, em geral para detectar hemorragias quando se suspeita que existe uma gravidez ectópica (uma gravidez fora do útero). A culdocentese costuma fazer-se no serviço de urgência sem utilizar anestesia.
    Exame ginecológico
    Em primeiro lugar, a mulher deverá escolher um médico com quem possa falar abertamente sobre certos temas delicados, como o sexo, o controlo de natalidade e a gravidez. O ginecologista deve estar preparado para abordar problemas familiares, como o abuso físico e emocional e o consumo de drogas. Toda a informação que recolha terá carácter confidencial. Em certos países existem leis que exigem o consentimento dos pais para tratar os menores (em geral com menos de 18 anos). Durante uma consulta de ginecologia, o médico (ginecologista, internista, pediatra ou médico de família), a enfermeira ou a parteira devem estar preparados para responder a perguntas sobre as funções sexuais e reprodutivas, incluindo as que se referem à atividade sexual com garantias de segurança.
    História clínica ginecológica
    A avaliação ginecológica começa com uma série de perguntas (história clínica ginecológica) que, em geral, se centram no motivo da consulta. Uma história clínica ginecológica completa inclui perguntas acerca da idade de início da menstruação (menarca), a sua frequência, regularidade, duração e quantidade de fluxo, bem como as datas dos últimos períodos menstruais. Também costumam ser feitas perguntas acerca de uma hemorragia anormal, excessiva ou escassa, ou períodos de menstruação anormal. Também é possível indagar sobre a atividade sexual, para determinar a presença de infecções ginecológicas, lesões e a possibilidade de uma gravidez.
    Pergunta-se à paciente se usa ou deseja usar métodos para o controlo de natalidade e se lhe interessa ser aconselhada ou informada. Regista-se o número de gravidezes, as datas em que aconteceram, o resultado e as complicações que surgiram. O médico pergunta à consulente se tem dores durante a menstruação, durante o coito ou noutras circunstâncias, com que intensidade surgem e como consegue acalmá-las. Também incide nas questões relacionadas com os problemas das mamas (dor espontânea, massas, dor ao toque, vermelhidão e secreção pelos mamilos). Por último, averigua se faz o auto-exame às mamas, com que frequência e se precisa de instruções para conhecer a sua técnica.
    A partir da recapitulação do historial das doenças ginecológicas, obtém-se uma história médica e cirúrgica completa que inclui problemas de saúde que não são estritamente ginecológicos. É necessário conhecer todos os fármacos que a mulher consome, incluindo medicamentos receitados ou de venda livre, bem como drogas, tabaco e álcool, pois muitos deles afetam a função ginecológica e a saúde em geral. As perguntas relacionadas com o abuso mental, físico ou sexual, no presente ou no passado, são de extrema importância. 
     
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    Algumas perguntas centram-se em aspectos relacionados com a urina, para descobrir se a mulher apresenta alguma infecção ou se sofre de incontinência, ou seja, perda involuntária de urina.

    Exame ginecológico

    Algumas mulheres sentem-se incomodadas perante um exame ginecológico. Tal circunstância deve ser previamente comunicada ao médico para que este possa despender mais tempo e certificar-se de que responde a todas as perguntas.
    Normalmente, pede-se à mulher que urine antes do exame físico e que recolha uma amostra para a sua avaliação no laboratório. O exame mamário pode ser feito antes ou depois do exame pélvico.
    Com a mulher sentada, o médico examina as mamas para descobrir irregularidades, retrações ou aderências da pele, massas e secreção de qualquer tipo. Em seguida, ainda sentada ou deitada, com a mão na cintura ou sobre a cabeça, o médico palpa cada mama com a mão aberta e examina cada axila em busca de gânglios linfáticos aumentados de tamanho. O médico também explora o pescoço e a glândula tiróide em busca de saliências e de anomalias.
    O médico palpa suavemente toda a zona entre as costelas e a pélvis (o abdómen) em busca de saliências ou de anomalias no tamanho dos órgãos, em especial o fígado e o baço. Apesar de a mulher poder sentir certo mal-estar quando o médico faz uma palpação profunda, o exame não deverá provocar dor.
    O fato de bater com os dedos (percussão), enquanto se ouve a diferença entre as áreas que soam a oco e as que emitem um som mais apagado, ajuda a avaliar o tamanho do fígado e do baço. Para poder identificar anomalias que não estão ao alcance da palpação, ouve-se com um fonendoscópio a atividade do intestino e os ruídos anormais que o sangue possa fazer ao circular pelos vasos sanguíneos estreitos.
    Durante o exame pélvico, a mulher deita-se de barriga para cima, com as ancas e os joelhos fletidos e as nádegas colocadas na ponta da marquesa. A maioria das marquesas têm estribos para os calcanhares ou para os joelhos, que ajudam a manter essa posição. Se a paciente desejar, pode observar o exame enquanto está a decorrer, mediante a colocação de espelhos. Também se pode proporcionar-lhe todo o tipo de explicações e de diagramas. Para facilitar este diálogo, é recomendável comunicar ao médico, antecipadamente, o desejo de ter essa informação. Em seguida faz-se uma inspeção visual da zona dos órgãos genitais externos e presta-se atenção à distribuição do pêlo e qualquer outra anomalia, alterações da coloração, fluxo ou inflamação. Este exame pode confirmar que tudo está bem ou indicar, pelo contrário, perturbações hormonais, cancro, infecções, lesões ou abusos físicos.
    Utilizando luvas, o médico abre os lábios para examinar o orifício do orgão genital. Com um espéculo (um instrumento metálico ou de plástico que separa as paredes do orgão genital), à temperatura adequada e lubrificado com água, são examinadas as áreas mais profundas do orgão genital e do colo uterino. Este último é explorado com cuidado para detectar sinais de irritação ou de cancro. Para fazer um teste de Papanicolaou (Pap), raspam-se células da superfície do cérvix uterino com um pequeno utensílio de madeira, muito semelhante a uma espátula, com o fim de obter células. Em seguida, pode ser utilizado uma pequena escova para recolher uma amostra de células do colo uterino. A paciente sente qualquer coisa, mas estes procedimentos não provocam dor. As células extraídas com a escova ou com a espátula de madeira são colocadas sobre uma lâmina que é borrifada com uma substância fixadora e enviada para o laboratório, onde é examinada ao microscópio em busca de sinais de cancro cervical.
    O Pap, o melhor método para detectar o cancro cervical, identifica entre 80 % e 85 % dos referidos cancros, inclusivamente nas suas primeiras fases. O teste é mais rigoroso se a mulher não se lavar nem usar qualquer medicamento pela via do aparelho genital, pelo menos durante as 24 horas antecedentes.
    Se o médico suspeitar que existem outros problemas, podem ser feitos outros testes. Por exemplo, se existirem indícios de uma infecção, raspa-se o orgão genital e o colo uterino com uma zaragatoa e obtém-se uma pequena quantidade de secreção genital para cultura e análise microscópica no laboratório.
    Nesta primeira fase, são analisadas a força e a resistência da parede genital com o objetivo de detectar qualquer protraimento da bexiga na parte frontal da sua parede (cistocele), um protraimento do reto na parte posterior (retocele) ou um protraimento do intestino no vértice superior do orgão genital(enterocele).
    Depois de tirar o espéculo, o médico faz uma exploração bimanual, ou seja, introduz os dedos indicador e médio de uma mão na genitália e coloca os dedos da outra sobre a parte inferior do abdómen, acima do osso púbico. Nesta posição, o útero é palpado como uma estrutura com forma de pêra, lisa e consistente, e, além disso, é possível determinar a sua posição, o seu tamanho, alteração da sua consistência e se é dolorosa a sua palpação. Depois, tenta-se palpar os ovários movendo a mão sobre o abdómen para os lados e pressionando um pouco mais. Como os ovários são pequenos e muito mais difíceis de sentir que o útero, é necessária maior pressão. A mulher pode ter uma sensação um pouco desagradável. O médico determina o tamanho dos ovários e se a zona é dolorosa.
    Também procura irregularidades ou áreas dolorosas dentro do orgão genital.
    Finalmente, o médico coloca o dedo indicador dentro da genitália e o dedo médio dentro do reto para fazer um exame retovaginal. Desta forma, é examinada a parede posterior do orgão genital para detectar massas ou espessamentos. Além disso, é examinado o reto, em busca de hemorróidas, fissuras, pólipos e massas, e são analisadas as fezes, com o fim de descobrir a existência de sangue não perceptível à vista desarmada (oculto). Também é possível entregar à mulher um dispositivo para que, em casa, confirme várias vezes se não existe sangue oculto nas suas fezes.
     
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    Às vezes, é necessário fazer testes mais complexos. Para examinar os órgãos genitais internos, empregam-se várias técnicas, incluindo instrumentos que utilizam tecnologia de fibra óptica. As fibras ópticas são bandas finas e flexíveis, feitas de plástico ou de vidro, que transmitem luz. Com um cabo de fibra óptica, ligado a um tubo de visualização ou laparoscópio, é possível examinar o útero, a trompa de Falópio ou os ovários, sem necessidade de fazer uma grande incisão. O laparoscópio também facilita a prática de operações cirúrgicas no aparelho genital. 
    fonte:
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    20 de abr. de 2013

    Urologia


    Urologia 
    é uma especialidade cirúrgica da medicina que trata do trato urinário de homens e de mulheres e do sistema reprodutor dos homens. Os médicos que possuem especialização nesta área são os urologistas, sendo treinados para diagnosticar, tratar e acompanhar pacientes com distúrbios urológicos. Os órgãos estudados pelos urologistas incluem os rins, ureteres, bexiga urinária, uretra e os órgãos do sistema reprodutor masculino (testículos, epidídimos, ducto deferente, vesículas seminais, próstata e pênis).
     

    Urologia

    Os órgãos, tubos, músculos, e nervos que trabalham juntos para criar, armazenar, e transportar urina compõem o sistema urinário. O sistema urinário inclui dois rins, dois ureteres, a bexiga, dois músculos esfincterianos, e a uretra.



    Aparelho Urinário

    Como o sistema urinário trabalha?
    Seu corpo capta nutrientes dos alimentos e os utiliza para manter todas as funções corpóreas incluindo energia e auto-reparo. Depois de seu organismo ter adquirido o que precisa dos alimentos, produtos desprezados são deixados para trás no sangue e no intestino. O sistema urinário atua com os pulmões, pele, e intestino - todos excretam impurezas e produtos do metabolismo - para manter balanceadas as substâncias e a água de seu corpo. Adultos eliminam cerca de um litro a um litro e meio de urina por dia. A quantidade depende de diversos fatores, especialmente da quantidade de fluidos e alimentos que a pessoa consome e de quanto líquido é perdido através de suor e da respiração. Certos tipos de medicamentos também podem interferir na quantidade de urina é eliminada. 

    O sistema urinário remove um tipo de dejeto chamado uréia. Ele aparece quando carne, fermento, e algumas verduras, são decompostas no seu corpo. A uréia é levada na corrente sanguínea até os rins.
    Os rins são órgãos que tem formato de feijão e o tamanho aproximado do seu punho. Eles estão próximos do meio das costas, logo abaixo das costelas. Os rins removem a uréia do sangue através de pequenas unidades filtradoras chamadas néfrons. Cada néfron é constituído por uma bola formada de pequenos capilares sanguíneos, chamada glomérulo, e um pequeno tubo chamado túbulo renal. Uréia, junto com água e outras substâncias desprezáveis, formam a urina conforme passam pelos nefrons e seguem pelo túbulo renal do rim.
     

    Rim e Via Excretora

    Dos rins, a urina viaja através de dois finos tubos chamados ureteres até a bexiga. Os ureteres medem aproximadamente de 8 a 10 polegadas de comprimento. Músculos nas paredes dos ureteres constantemente contraem e relaxam para forçar a urina dos rins para baixo. Se é permitido que a urina fique parada, ou volte para cima, uma infecção renal pode se desenvolver. Pequenas quantidades de urina são despejadas na bexiga pelos ureteres a cada 10 a 15 segundos, aproximadamente.
    A bexiga é um órgão muscular oco com formato de um balão. Ela se situa na sua pelve (parte inferior do abdome) e é mantida no lugar por ligamentos inseridos em outros órgãos e nos ossos da pelve. A bexiga armazena urina até que você esteja pronto para ir ao banheiro para esvaziá-la. Ela incha obtendo uma forma arredondada quando está cheia e fica diminuída quando vazia. Se o sistema urinário está íntegro, a bexiga pode comportar até 500ml (2 copos) de urina confortavelmente por 2 a 5 horas.




    Bexiga

    Músculos circulares chamados esfíncteres ajudam a evitar que a urina vaze. Os músculos esfincterianos se fecham como uma fita de borracha ao redor da abertura da bexiga na uretra, o tubo que permite que a urina passe para fora do corpo.
    Nervos da bexiga informam quando é hora de urinar (esvaziar a bexiga). Ao passo que a bexiga vai ficando repleta de urina, pode-se perceber uma necessidade de urinar. A sensação de urinar torna-se mais forte à medida que a urina continua a encher e alcança seu limite. Neste momento, nervos da bexiga enviam ao cérebro uma mensagem de que a bexiga está cheia, e sua urgência para esvaziar a bexiga se intensifica.
    Quando você urina, o cérebro sinaliza aos músculos da bexiga para se contraírem, espremendo a urina para fora da bexiga. Ao mesmo tempo, o cérebro sinaliza aos músculos do esfíncter para relaxarem. Quando estes músculos relaxam a urina sai da bexiga através da uretra. Quando todos os sinais ocorrem na ordem correta, acontece o ato de urinar normal.






    Fonte: 


    17 de abr. de 2013

    Revolução Industrial

     
    Revolução industrial

    Não estamos falando de uma revolução como uma revolta, e sim no sentido de uma profunda transformação econômica, tecnológica, política e social. A Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra, em meados do século XVIII, dando início à era do capitalismo.

      A transição do artesanato, da manufatura para as máquinas e indústrias, originou a produção acelerada, em série, resultando em grandes lucros, e muita mão-de-obra disponível e barata. Influenciou também as relações sociais, dividindo-as em duas classes, a dos proprietários e dos operários.

      Os centros urbanos ficaram super-lotados, ocasionando fortes mudanças demográficas, e transformando completamente o modo de vida da sociedade. 


    A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção. Enquanto na Idade Média o artesanato era a forma de produzir mais utilizada, na Idade Moderna tudo mudou. A burguesia industrial, ávida por maiores lucros, menores custos e produção acelerada, buscou alternativas para melhorar a produção de mercadorias. Também podemos apontar o crescimento populacional, que trouxe maior demanda de produtos e mercadorias.


    Avanços da Tecnologia

    O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológico nos transportes e máquinas. As máquinas a vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionou o modo de produzir. Se por um lado a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro baixou o preço de mercadorias e acelerou o ritmo de produção.

    Na área de transportes, podemos destacar a invenção das locomotivas a vapor (maria fumaça) e os trens a vapor. Com estes meios de transportes, foi possível transportar mais mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e com custos mais baixos.


    A FábricaAs fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes de trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes com péssima iluminação, abafados e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e chegava-se a empregar o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia e estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por exemplo, férias, décimo terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro benefício. Quando desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam por situações de precariedade.
     Reações dos Trabalhadores
     

    A Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado, aumentou também o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão-de-obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também foram conseqüências nocivas para a sociedade.








     

    Os antecedentes da Revolução de 30

    Interpretada como a revolução que pôs fim ao predomínio das oligarquias no cenário político brasileiro, a Revolução de 30 contou com uma série de fatores conjunturais que explicam esse dado histórico. O próprio uso do termo ‘revolução’ como definidor desse fato, pode, ainda, restringir outras questões vinculadas a esse importante acontecimento. Em um primeiro momento, podemos avaliar a influência de alguns fatores internos e externos que explicam o movimento.

    No âmbito internacional, podemos destacar a ascensão de algumas práticas capitalistas e a própria crise do sistema capitalista. Cada vez mais, a modernização das economias nacionais, inclusive a brasileira, só era imaginada com a intervenção de um Estado preocupado em implementar um parque industrial autônomo e sustentador de sua própria economia. Em contrapartida, o capitalismo vivia um momento de crise provocado pelo colapso das especulações financeiras que, inclusive, provocaram o “crash” da Bolsa de Nova Iorque, em 1929.

    Apático a esse conjunto de transformações, os governos oligárquicos preferiam manter a nação sob um regime econômico agroexportador. Dessa forma, a economia brasileira sofreu, principalmente nas primeiras décadas do século XX, graves oscilações em seu desempenho econômico. Em outras palavras, a economia brasileira só ia bem quando as grandes potências industriais tinham condições de consumir os produtos agrícolas brasileiros.

    Defendendo essa política conservadora e arcaica, as elites oligárquicas acabaram pagando um alto preço ao refrear a modernização da economia brasileira. De um lado, as camadas populares sofriam, cada vez mais, o impacto de governos que não criavam efetivas políticas sociais e, ao mesmo tempo, não dava atenção aos setores sociais emergentes (militares, classes média e operária). Por outro, as próprias oligarquias não conseguiam manter uma posição política homogênea mediante uma economia incerta e oscilante.
     

    Fatos que marcaram o processo da Revolução de 30

    Nesse contexto, podemos compreender que a crise das oligarquias foi um passo crucial para a revolução. Com o impacto da crise de 1929, o então presidente paulista Washington Luís resolveu apoiar a candidatura de seu conterrâneo Júlio Prestes. Conhecida como “Política do Café Puro”, a candidatura de Júlio Prestes rompeu com o antigo arranjo da “Política do Café com Leite”, em que os latifundiários mineiros e paulistas se alternariam no mandato presidencial.

    Insatisfeitos com tal medida, um grupo de oligarquias dissidentes – principalmente de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba – criaram uma chapa eleitoral contra a candidatura de Júlio Prestes. Conhecida como Aliança Liberal, a chapa encabeçada pelo fazendeiro gaúcho Getúlio Dorneles Vargas prometia um conjunto de medidas reformistas. Entre outros pontos, os liberais defendiam a instituição do voto secreto, o estabelecimento de uma legislação trabalhista e o desenvolvimento da indústria nacional.


















    O desfecho da Revolução de 30

    Sob um clima de desconfiança e tensão, o candidato Júlio Prestes foi considerado vencedor das eleições daquele ano. Mesmo com a derrota dos liberais, um possível golpe armado ainda era cogitado. Com o assassinato do liberal João Pessoa, em 26 de julho de 1930, o movimento oposicionista articulou a derrubada do governo oligárquico com o auxílio de setores militares.

    Depois de controlar os focos de resistência nos estados, Getúlio Vargas e seus aliados chegam ao Rio de Janeiro, em novembro de 1930. Iniciando a chamada Era Vargas, Getúlio ficaria por quinze anos ininterruptos no poder (1930 – 1945) e, logo depois, seria eleito pelo voto popular voltando à presidência entre os anos de 1951 e 1954.