31 de mai. de 2015

Logística Rodoviária

Logística rodoviária na década de 90 meados no ano de 1999.

Com a dificuldade cada vez maior de repasse dos custos e da ineficiência aos produtos, em virtude da abertura de nossa economia, que antes tarde do que nunca nos brindou no início dos anos 90, e que nos permitiu buscar mercadorias de melhor preço em qualquer parte do mundo, ficou inevitável buscarmos uma forma de melhorar os custos de transferência de mercadorias, de modo a não encarecer os baixos preços dos produtos estrangeiros, bem como os nossos de exportação.
Com a continuidade da utilização quase absoluta  do modal rodoviário nas últimas décadas, já tendo representado 80% e hoje ainda 60%, e com os altos custos portuários que sempre tivemos seria impossível a apresentação de melhorias. Assim, foi inevitável a busca por melhores preços de frete, embarque, desembarque e transporte, bem como eficiência nas operações portuárias.

Para quem tem acompanhado a cabotagem é de fácil percepção que isto propiciou a sua fantástica recuperação nos últimos poucos anos, com crescimento não imaginável até há pouco, de 500% entre os anos de 1999 a 2002, tornando-se uma alternativa ao rodoviário. Isto não surpreende, considerando-se a costa navegável brasileira, de cerca de 8.000 quilômetros, e que não se deve menosprezar. Estranho era justamente a sua não utilização intensiva, tendo praticamente perecido há algumas décadas.

Ainda deixando dúvidas, devemos considerar a hidrovia, um modal de baixo custo e que não precisa de muito para tornar-se viável, principalmente a navegação na hidrovia do Mercosul, formada pelos rios Tietê, Paraná e Paraguai, com extensão comparável à costa brasileira, e que deverá ganhar espaço com o renascimento do Mercosul. 
Também o complexo amazônico tem sido de grande valia, visto a sua utilização como escoadouro para o exterior da produção de grãos no centro-oeste, e cujo transporte para o mundo apresenta mais vantagens quando levado ao Rio Amazonas, se comparado a seu transporte por rodovia para os portos do sul e sudeste do país. 


Logística rodoviária no Brasil


Muitos termos são usados em língua estrangeira exemplos como carga de caminhão cheio (FTL – full truck load) e A carga de caminhão cheio a menos de carga de caminhão (LTL – less than truck load) para a indicação de dois termos mais utilizados de transporte de cargas. Na primeira sigla podemos indicar o carregamento completo de um caminhão para carga e a segunda sigla o caminhão incompleto para carga.
 No Brasil podemos chamar de lotação completa FTL e carga fracionada no LTL; operacionalmente, há grande diferença entre os dois termos, pois no caso da carga fracionada, a operação é mais comum é formada por diversas etapas, como por exemplo:
·         Apanha do lote a ser transportado no deposito do cliente;
·         Transporte do lote até o centro de distribuição local da transportadora;
·         Descarregamento, verificação, rotulagens, triagens de mercadorias seguindo diversos destinos;
·         Transferência de mercadorias até a cidade de destinada;
·         Descarregamento, verificações e triagens de mercadorias segundo os destinos finais;
·         Distribuição local com a entrega da mercadoria ao cliente final.
Essas etapas podem ocorrer mais operações. Muitas organizações de transporte de carga possuem terminais de cargas intermediários de transito (Novais, 2001) para sua diminuição de custos, no entanto ficaria um valor muito elevado por produto transportado no transporte.
No transporte de lotação completa, a razão é obvia as quantidades transportadas são maiores, favorecendo de um veiculo mais amplo e totalmente utilizado (lotado).
Na carga completa tem de ser favorável por alguns motivos:
·         Veiculo em geral é maior, com um custo mais baixo por unidades transportadas;
·         Por ser homogênea, a carga melhor distribuída dentro do veiculo, com aproveitamento melhor do espaço, assim reduzindo o custo unitário;
·         Eliminam – se inúmeras operações intermediarias, com expressiva redução dos custos de movimentação da carga.
Segundo Novais o transporte brasileiro o valor para a transportação de produtos para a logística rodoviários para cargas caminhões incompletos pode ser bom para alguns tipos de regiões e desfavoráveis para outros tipos de regiões favoráveis.
Outra distinção importante que se faz para o transporte rodoviário de carga esta relacionada com a estrutura de propriedade do veiculo. Uma grande parte da frota brasileira é de propriedade de autônomos, pessoas físicas que prestam serviços de transporte para embarcadores diversos e para varias transportadoras. São utilizados predominantemente para o deslocamento em lotação completas, mas também pode ser utilizada para transporte fracionada principalmente na zona urbana, para ter melhor agilidade por motivos de alguns tipos de veículos não poder transitar em certos horários nos grandes centros. As transportadoras operam muitas vezes com frotas própria parcial, completando sua oferta de praça com veículos autônomos, para estar atendendo o seu cliente.  

3 de mar. de 2014

Supply Chain Management


O Supply Chain Management ou Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos é uma ferramenta que, usando a Tecnologia da Informação (TI) possibilita à empresa gerenciar a cadeia de suprimentos com maior eficácia e eficiência, nestes tempos modernos em que a exigência de consumo atingiu o limite extremo, o Supply Chain Management permite às empresas alcançarem melhores padrões de competitividade.
Algumas considerações:
Em qualquer sociedade industrializada ou não, produtos devem ser movimentados fisicamente entre o local onde são produzidos e o local de consumo.
Exceto em culturas muito primitivas, na qual cada família satisfaz suas próprias necessidades domésticas, o processo de troca se transforma em pedra fundamental da atividade econômica.
Trocas acontecem quando existe uma discrepância entre quantidade, tipo e tempo dos produtos disponíveis e os produtos necessários. Se um número de indivíduos ou organizações dentro de uma sociedade tem um excedente de produtos que alguém precisa, tem-se a base para as trocas.
Canais se desenvolvem quando muitas trocas acontecem entre produtores e consumidores.
O alinhamento das empresas que trazem produtos ou serviços ao mercado tem sido chamado de cadeia de abastecimento/suprimentos -supply chain. E, um termo que tem crescido significativamente no uso e popularidade desde o final dos anos 80, embora considerável confusão exista sobre o que na realidade ele significa é o Supply Chain Management - SCM (gerenciamento da cadeia de abastecimento).
Muitas pessoas usam o termo como um substituto ou sinônimo para Logística. No entanto, a definição de Supply Chain Management é mais ampla do que o de Logística.
O conceito de Supply Chain Management surgiu como uma evolução natural do conceito de Logística. Enquanto a Logística representa uma integração interna de atividades, o Supply Chain Management representa sua integração externa, pois estende a coordenação dos fluxos de materiais e informações aos fornecedores e ao cliente final.
Assim, de acordo com o International Center for Competitive Excellence – University of North Caroline, 1994, SCM é a integração dos processos de negócios do usuário final através de fornecedores (originais) que fornecem produtos, serviços e informações e agregam valor para os consumidores.
Um número de importantes diferenças existe entre esta definição de Supply Chain Management e a definição de Logística do CLM (Council of Logistic Management) – “Logística é o processo da cadeia de abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo de bens e serviços e as informações relativas, do ponto de origem ao ponto, de consumo de maneira eficiente e eficaz, buscando a satisfação das necessidades do cliente”.


Pode-se afirmar que o SCM é uma abordagem sistêmica, altamente interativa e complexa, requerendo a consideração simultânea de muitos trade-offs (representa uma troca compensatória entre alguns parâmetros como custos, tempo, etc.), pois ele expande as fronteiras organizacionais e deve assim considerar, trade-offs dentro e entre as organizações no que diz respeito, por exemplo, a estoques: aonde inventários devem ser mantidos e onde atividades diversas devem ser desenvolvidas.
A natureza dinâmica do meio ambiente de negócios requer gerenciamento para avaliar e monitorar a desempenho da cadeia de suprimentos regular e frequentemente. Quando as metas de desempenho não são alcançadas, o gerenciamento deve avaliar alternativas, possíveis para a cadeia de suprimentos e programar mudanças.
Para reforçar o entendimento do que é Supply Chain Management e o que é Logística, pode-se citar Bowersox (98) que afirma ser, o “supply chain um termo que considera uma sequência de compradores ou vendedores trabalhando em conjunto para levar o produto da origem até a casa do consumidor” e, que a “Logística é o movimento de produtos e, da informação relativa a eles de um lugar a outro. Isto inclui transporte, armazenagem, movimentação de material, estoques e a informação inerente a tudo isto”. Em síntese o autor resume que “a Logística é a integração de todas estas partes de uma maneira sequenciada, é algo que envolve a operação e o Supply Chain (e, por conseguinte seu gerenciamento) é uma estratégia, uma parte maior do negócio”.
E o que seria logística? Logística é a ciência de se fazer chegar o produto certo, na quantidade certa, no lugar certo, no tempo certo, nas condições estabelecidas e com o mínimo custo.

Quais são as principais funções do Supply Chain Management?
O sistema inclui processos de logística que abrangem desde a entrada de pedidos de clientes até a entrega do produto no seu destino final, envolvendo aí o relacionamento entre documentos, matérias-primas, equipamentos, informações, insumos, pessoas, meios de transporte, organizações, tempo etc.
Fiscalizar alguns indicadores de desempenho fundamentais para o controle do resultado, como por exemplo, a qualidade e a inovação dos produtos e serviços, velocidade da execução dos processos, tempo de chegada ao mercado e aos consumidores, nível de serviço adequado às necessidades de cada cliente e custos compatíveis com a percepção de valor da demanda.
Possibilitar à empresa usuária cumprir rigorosas condições de entrega e qualidade para os relacionamentos de longo prazo com clientes que se baseiam na produtividade.
Integrar os fluxos de informações para as programações de envio e recebimento com os outros processos. 
O conceito de Supply Chain Management tem despertado notável interesse entre os membros dos mundos acadêmico e empresarial, representando importante evolução do que tradicionalmente vinha se conhecendo como Logística.
Quando a concorrência era menor, os ciclos dos produtos eram mais longos e a incerteza era mais controlável, tinha sentido perseguir a excelência nos negócios através da gestão eficiente de atividades isoladas como Compras, Transportes, Armazenagem, Fabricação, Manuseio de Materiais e Distribuição. Estas funções eram desempenhadas por especialistas, cujo desempenho era medido por indicadores como custos de transportes mais baixos, menores estoques e compras ao menor preço.
Hoje, os mercados estão cada vez mais globalizados e dinâmicos e os clientes cada vez mais exigentes. Para satisfazê-los, proliferam cada vez mais as linhas e modelos de produtos, com ciclos de vida bem mais curtos. E a coordenação da gestão de materiais, da produção e da distribuição passou a dar respostas mais eficazes aos objetivos de excelência que os negócios exigiam. Surgiu, então, o conceito de Logística Integrada. Isto significou considerar como elementos ou componentes de um sistema todas as atividades de movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição dos materiais até o ponto de consumo final, assim como os fluxos de informação que gerenciam os produtos em movimento.
O conceito de Supply Chain Management surgiu como uma evolução natural do conceito de Logística Integrada. Enquanto a Logística Integrada representa uma integração interna de atividades, o Supply Chain Management representa sua integração externa, pois estende a coordenação dos fluxos de materiais e de informações aos fornecedores e ao cliente final. A gestão da cadeia como um todo pode proporcionar uma série de maneiras pelas quais é possível aumentar a produtividade e, em consequência, contribuir significativamente para a redução de custos, assim como identificar formas de agregar valor aos produtos. No primeiro plano estaria à redução de estoques, compras mais vantajosas, a racionalização de transportes, a eliminação de desperdícios, etc. O valor, por outro lado, seria criado mediante prazos confiáveis, atendimento no caso de emergências, facilidade de colocação de pedidos, serviço pós-venda, etc.
Isso nos remete à evolução do pensamento logístico. A cada momento, a prática da logística reflete e ao mesmo tempo alimenta o pensamento logístico, em uma criativa interação entre o meio acadêmico e o meio empresarial. E o que é o pensamento logístico? São os conceitos e teorias que orientam o estudo e a pesquisa em Logística, influenciando o que se considera relevante e justificando as soluções propostas para os problemas logísticos. Em linhas gerais, o campo da Logística evoluiu de um tratamento mais restrito, voltado para a distribuição física de materiais e bens, para um escopo mais abrangente, em que se considera a cadeia de suprimentos como um todo e as atividades de compras, administração de materiais e distribuição. Assim, não se limita a uma única função dentre as estudadas em Administração, como o Marketing ou as Operações, mas representa, de fato, uma área de integração desses distintos enfoques a primeira era, denominada "do campo ao mercado", teve seu início situado na virada para o Século XX, sendo a economia agrária sua principal influência teórica. A principal preocupação, no caso, era com questões de transporte para escoamento da produção agrícola.
Rotulada como "funções segmentadas", a segunda era, estendendo-se de 1940 ao início da década de 60, sofre grande influência militar. Não é por acaso que o próprio termo “logístico” tem raízes na movimentação e na garantia de abastecimento das tropas nas guerras. O pensamento logístico estava voltado, aqui, para a identificação dos principais aspectos da eficiência no fluxo de materiais, em especial as questões de armazenamento e transporte, tratadas separadamente no contexto da distribuição de bens.
A terceira era, denominada de "funções integradas", vai do início da década de 60 até os primeiros anos da década de 70. Como seu nome indica, trata-se do começo de uma visão integrada nas questões logísticas, explorando-se aspectos como custo total e abordagem de sistemas. Pela primeira vez, o foco deixa de recair na distribuição física para englobar um espectro mais amplo de funções, sob a influência da economia industrial. É interessante observar que é neste período que se presencia o aparecimento, tanto no ensino quanto na prática da logística, de um gerenciamento consolidado das atividades de transporte de suprimentos e distribuição, armazenagem, controle de estoques e manuseio de materiais.
A era seguinte, estendendo-se do início dos anos 70 até meados dos anos 80, corresponde ao "foco no cliente", com ênfase na aplicação de métodos quantitativos às questões logísticas. Seus principais focos são as questões de produtividade e custos de estoques. É exatamente neste período que se irá identificar uma intensificação do interesse pelo ensino e pesquisa da Logística nas escolas de administração.
A quinta  era, que vai de meados da década de 80 até o presente, tem ênfase estratégica, como indica o rótulo que lhe foi atribuído: "a logística como elemento diferenciador". Identificada como a última fronteira empresarial em que se pode explorar novas vantagens competitivas, é aí que surge o conceito de Supply Chain Management, cujo pano de fundo é a globalização e o avanço na tecnologia da informação. Este período, no qual nos encontramos, implica uma maior preocupação com as interfaces, dentro das empresas, entre as diferentes funções, além de maior destaque das considerações logísticas no mais alto nível de planejamento estratégico das corporações. Outra questão que ganha relevância, nos dias atuais, é a inclusão da responsabilidade social no projeto de novos sistemas logísticos, como por exemplo: as questões ecológicas.
A vertente mais rica no atual pensamento em logística é sem dúvida o de Supply Chain Management. Ela conjuga os processos logísticos, que tratam do fluxo de materiais e informações dentro e fora das empresas, com os relacionamentos que surgem ao longo da cadeia para assegurar seus melhores resultados em termos de redução de desperdício e agregação de valor. Ao lidar com os relacionamentos entre empresas, é natural que o pensamento logístico aborde uma questão afim - a das parcerias e alianças estratégicas logísticas. Estas estratégias colaborativas promovem a união de forças de empresas - cliente e fornecedora, cliente e cliente ou fornecedora e fornecedora - visando explorar as atividades logísticas em busca de vantagens mútuas.
Como todo conceito novo, não há ainda um corpo de pensamento consolidado na área de Supply Chain Management. Os artigos e as pesquisas das principais autoridades em Logística em todo o mundo têm sua ênfase orientada ora pelas Operações (com uma ênfase em instrumental quantitativo), ora pelo Marketing (com uma ênfase em distribuição e canais), ora pela Engenharia (com uma ênfase em transportes e questões militares). Mas cabe aqui perguntar: se o conceito de Supply Chain Management representa uma visão de integração entre funções e empresas, ao longo da cadeia, esta não deveria estar sendo refletida no pensamento logístico? Espera-se que isso venha a ocorrer, cada vez mais, à medida que mais pesquisadores se dediquem ao estudo da Logística, formados já dentro dos novos conceitos integradores. Se for este o quadro em países avançados, o que dizer da situação no Brasil? Ninguém ignora que o ambiente econômico e de negócios em nosso país sofreu imensas mudanças ao longo desta última década. A partir de 1990, a abertura da economia promoveu um choque competitivo que prosseguiu com a desregulamentação de diversos setores e com a privatização de empresas e indústrias inteiras. A estabilização iniciada em 1994, graças ao Plano Real, e a intensificação da integração regional, com a consolidação do MERCOSUL, constituem outras mudanças com profundos impactos sobre as empresas e as condições de competitividade no mercado brasileiro. Um dos principais tem sido uma enorme busca de modernização e maior eficiência na área de logística, o que tem esbarrado, por um lado, nas deficiências de infraestrutura e, por outro, na carência de conhecimentos e na formação de mão-de-obra especializada.

Aplicação dos conceitos de Supply Chain Management
GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS - SCM
A literatura sobre organizações, tanto os trabalhos acadêmicos quanto aqueles direcionados ao mundo executivo, estão repletos de referências sobre cadeias produtivas. Os temas mais explorados são networks, cadeias de valor virtual, clusters, supply chain management entre outros. Todas essas correntes apontam para uma única direção: as empresas precisam repensar suas estratégias competitivas, competências centrais e principalmente fronteiras organizacionais.  
O SCM inclui processos de negócios que vão muito além das atividades relacionadas à logística integrada, considerando tanto os trade-offs internos quantos os Inter organizacionais. A aplicação deste conceito vai exigir um esforço rumo à integração não só de processos dentro da empresa – o que sugeriria a adoção de uma logística integrada –, mas também dos processos-chave que interligam os participantes da cadeia de suprimentos. Exemplos destes processos são as compras e o desenvolvimento de novos fornecedores e produtos, este podendo envolver marketing, pesquisa e desenvolvimento, finanças, operações e logística.
Confirma esta proposição argumentando que as organizações estão deixando de serem sistemas relativamente fechados para transformarem-se em sistemas cada vez mais abertos. As fronteiras estão se tornando cada vez mais permeáveis, e em muitos casos difíceis de identificar. A separação entre empresa e o ambiente passa a ser delimitada por uma tênue linha divisória, incerta e mutável. Muitas vezes, a empresa se confunde com o ambiente, misturando fornecedores e clientes. Fica difícil saber onde termina a cooperação e começa a concorrência.  
Entende-se que o Supply Chain Management pode ser considerado uma tentativa de estabelecer um corte transversal das fronteiras organizacionais visando viabilizar a gestão de processos entre corporações. Os próprios autores advertem que “gerenciar uma cadeia de suprimento é uma tarefa desafiadora e que é muito mais fácil escrever definições sobre esses processos do que programar-los”.
O sucesso no gerenciamento de cadeias de suprimento, por muitos, considerado a última fronteira na redução de custos, é um diferencial competitivo que não pode ser descartado no processo de globalização em que vivemos. Num ambiente cada vez mais competitivo, a pressão do mercado por uma crescente variedade de produtos e por melhores níveis de serviço ao menor custo possível, a tendência à especialização via terceirização/ desverticalização e a evolução cada vez mais rápida das tecnologias de informação e de telecomunicações têm feito com que a logística integrada e o Supply Chain Management estejam cada vez mais presentes na agenda das empresas de todo o mundo conforme explanado.
Neste sentido, a adoção de abordagens sofisticadas de gerenciamento do processo logístico tem representado um ponto chave para a efetivação e sustentação de estratégias mercadológicas promissoras. Nesse contexto, a logística evoluiu na sua base conceitual, passando a considerar de forma sistêmica todas as atividades, relacionadas direta e indiretamente aos fluxos físicos e de informação.
Conforme argumentou Ballou conceito básico de logística, do qual evoluíram vários outros é “colocar o produto certo, na hora certa, no local certo e ao menor custo possível”. Apesar de ser um conceito genérico, reflete de forma clara a abrangência e o objetivo da logística.
Segundo o Council of Logistics Management – CLM “LOGÍSTICA é a parcela do processo da cadeia de suprimentos que planeja, implanta e controla, de forma eficiente e eficaz, o fluxo e o fluxo reverso e a estocagem de materiais, serviços, e as informações correlacionadas, entre o ponto de origem e o ponto de consumo, de forma a atender as necessidades dos clientes”.
Segundo LAMBERT “o conceito de gerenciamento integrado de logística se refere à administração das várias atividades como um sistema integrado”. Nas empresas que não têm essa visão, a logística acaba sendo um conjunto fragmentado e normalmente não coordenado de atividades espalhadas por vários departamentos da empresa. Nesta perspectiva, atividades como transportes, armazenagem e processamento de pedidos são vistas como atividades-fim, ao invés de como partes que contribuem para um desempenho ótimo da logística das empresas como um todo. 
Entretanto, o conceito de custo atrelado à integração das atividades logísticas é o de custo total conforme BOWERSOX. Isto é, o conceito de gerenciar a logística de forma integrada tem como base á análise do custo total, que pode ser definida como a minimização dos diversos custos das atividades logísticas, tais como transporte, armazenagem, inventário e sistemas de processamento de pedido. Assim, com a abordagem de logística integrada, ao invés de encararmos as atividades logísticas como um fim, e tentar reduzir seus custos individualmente, enxergando-as de maneira integrada, objetivando o custo total mínimo para o nível de serviço almejado. 
Entre as dimensões que permitem alcançar a excelência logística, as próprias definições de logística apresentadas indicam a integração interna, ou seja, o gerenciamento integrado dos diversos componentes do sistema logístico, como fator indispensável à obtenção de operações com baixo custo. A otimização do custo total, entretanto, não pode alcançada sem o envolvimento dos demais atores da cadeia logística, supondo a necessidade de um gerenciamento inter-organizacional. 
É a proposta contida no conceito de Supply Chain Management (SCM), apesar de alguns profissionais o considerarem simplesmente como uma extensão da logística integrada para o ambiente externo às fronteiras organizacionais, englobando clientes e fornecedores da cadeia de suprimentos.
 “Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos é a coordenação estratégica e sistêmica das funções de negócio tradicionais bem como as ações táticas que perpassam essas funções numa companhia e através de negócios dentro da cadeia logística com o propósito de aprimorar a desempenho de longo prazo das companhias individualmente e da cadeia de suprimento como um todo“.
A integração externa, outra das dimensões de excelência logística, significa desenvolver relacionamentos cooperativos com os diversos participantes da cadeia de suprimentos, baseados na confiança, capacitação técnica e troca de informações. A integração externa permite eliminar duplicidades, reduzir custos, acelerar o aprendizado e customizar serviços. 
Considera o gerenciamento da Cadeia de Suprimentos “a integração dos processos”- chave de negócios desde o usuário final até os fornecedores originais que proveem produtos, serviços e informações que agregam valor para os consumidores e demais interessados no negócio indica, ainda,  como processos de negócio a serem tratados, somente as empresas transnacionais com a coragem de adotar a visão de planejamento das cadeias de abastecimento globais terão oportunidade de obter economias de abrangência, escala e velocidade – que são fatores chave para a liderança mundial.
A base da atuação dessas empresas que se destacam no cenário de competição atual é o fortalecimento de alianças estratégicas entre empresas complementares, e mesmo entre concorrentes, e a gerência da informação em todas as fases do ciclo dos pedidos ao longo do sistema logístico, utilizando para isso os métodos de análise e a continuada monitoração de desempenho dos parceiros. Nesse sentido, a tecnologia de informação vem tendo uso cada vez mais generalizado nas empresas.
Para avaliação do estágio de uma organização, segundo modelo desenvolvido por nível de desenvolvimento da estrutura logística de uma empresa pode ser analisado a partir de três dimensões básicas: formalização da função logística, monitoramento de desempenho e adoção de tecnologia. Empresas que possuem estas três dimensões bem desenvolvidas, e tendem a ter um sistema logístico mais flexível, flexibilidade esta que permite uma diferenciação competitiva considerando os aspectos econômicos.
No que tange a este modelo, o conceito de formalização se refere ao gerenciamento de práticas específicas relacionadas à logística e são representados pela presença de regras, planos, objetivos e procedimentos escritos. Esses itens fornecem uma boa noção sobre a extensão em que a logística é tratada como um processo fundamental dentro da empresa. 
Sofisticados sistemas de mensuração de desempenho vêm se tornando importantes para garantir o monitoramento de atividades cada vez mais complexas. Em geral, o aumento de qualidade se deve à atenção aos detalhes que resulta de uma gerência comprometida com uma medição contínua de desempenho, que deve enfocar os ambientes interno e externo. A mensuração externa de desempenho é possível através do benchmarking. 
O terceiro ingrediente fundamental para um desempenho de excelência é relacionado à adoção de tecnologia, principalmente tecnologia de informação. O desempenho logístico está relacionado a várias tecnologias de hardware, que podem ser divididas em dois tipos: hardware operacional, como código de barras e robôs, e hardware computacional, como computadores pessoais. Outros fatores importantes para o desempenho logístico é a qualidade de informação disponível para o gerente, a transferência eletrônica de dados entre organizações e a grande presença de softwares aplicativos. 
Em resumo, a empresa precisa estabelecer a dimensão de sua cadeia produtiva assim como o tipo de relacionamento desejado com seus parceiros, estratégia fundamental para organizar, integrar e controlar todas as atividades da cadeia de suprimentos, sem os males tradicionais de uma companhia integrada verticalmente.

Tecnologia da Informação - TI
Discorrendo sobre a necessidade de informações rápidas, em tempo real e com alto grau precisão para uma gestão eficiente da logística e da cadeia de suprimentos, aponta três razões para tal: “Primeiro, clientes entendem que informações do andamento de uma ordem, disponibilidade de produtos, programação da entrega e dados do faturamento são elementos fundamentais do serviço ao cliente”.
Segundo, com a meta de redução do estoque em toda a cadeia de suprimentos, os executivos percebem que com informações adequadas, eles podem, efetivamente, reduzir estoques e necessidades de recursos humanos. Especialmente, o planejamento de necessidades sendo feito usando informações mais recentes, permite reduzir estoques através da minimização das incertezas da demanda.
Em terceiro, a disponibilidade de informações aumenta a flexibilidade com respeito, a saber, quanto, quando e onde os recursos podem ser utilizados para obtenção de vantagem estratégica.

- Nível estratégico, onde a utilidade da informação está relacionada com decisões de investimentos, volumes e localização de demanda para decisões de localização de  centros de distribuição, categorias de produtos a fabricar ou comercializar, para que sejam desenvolvidos fornecedores, etc.. 
- Nível do planejamento, onde as informações são utilizadas por gerentes e supervisores para a alocação de recursos disponíveis para o atendimento das demandas, níveis de estoque em cada ponto da cadeia, etc.
- Nível operacional, onde temos as operações da empresa como a evolução das ordens de produção no chão de fábrica, a entrada de pedidos de clientes, o faturamento das vendas efetuadas, etc. No outro eixo da matriz, ele coloca os atores principais da cadeia de suprimentos; fornecedores, fabricantes, distribuidores ou atacadistas, varejistas e consumidores. Com esta visualização matricial ele orienta que os sistemas de informação devem estar disponíveis e interligados de acordo com os diversos níveis de gestão de cada uma das entidades que compõem a cadeia de suprimentos. Nesta matriz se deveriam acrescentar outros dois atores; o transportador e o operador logístico. Estes dois elementos são considerados a cada dia mais estratégicos para o sucesso do Supply Chain Management, e seus sistemas de informática vem sendo interligados com os demais participantes da cadeia de forma cada vez mais intensa, merecendo, portanto, serem considerados de maneira evidenciada ao se planejar sistemas informatizados de SCM.

Conclusão
O objetivo principal do gerenciamento de uma cadeia de suprimentos é a obtenção do melhor atendimento ao cliente, com o menor custo total possível. Para atingir estes objetivos, é fundamental que se melhore o desempenho interno de cada um dos processos das empresas componentes da cadeia. Mas, só esta eficiência interna não basta, é necessário que se administrem as interações entre os processos de negócio de cada um dos elementos da cadeia de valor de maneira a se obter um ótimo total e não somente a eficiência localizada.
Para a gestão destes processos internos e destas interações entre os elementos da cadeia de suprimentos, além de esforços na utilização de diversas técnicas de gestão logística, é fundamental que se utilizem intensamente as facilidades, proporcionadas pelas tecnologias de informação, visando tomar decisões com a menor margem de riscos, operar com os maiores níveis de eficiência, e se comunicar com clientes e fornecedores da melhor maneira possível.




Fonte das imagens :http://intermodaiselogistica.blogspot.com.br/2013/06/principais-gargalos-existentes-nos.html

Logistica

O que é Logística:
Logística significa contabilidade e organização e é um termo de origem grega. Logística também vem do frânces “logistique”, que significa uma arte que trata do planejamento e realização de vários projetos, muito utilizado durante as guerras. Logística também é utilizada como parte da álgebra e lógica matemática.
Logística surgiu inicialmente como parte da arte dos militares, era utilizada na guerra como a área que cuidava do planejamento de vários itens importantes, armazenamento, distribuição e manutenção de vários tipos de materiais, como armas, roupas, além de alimentos, saúde, transportes e etc.
Atualmente, a logística é conhecida como uma parte essencial nas empresas, é um departamento responsável pela gestão dos materiais, sejam eles de qualquer tipo. A logística administra recursos financeiros e materiais, planeja a produção, o armazenamento, transporte e distribuição desses materiais.
A logística está presente em diversos tipos de empresa e possui diversas funções. É uma área que tem crescido muito, uma vez que as organizações estão buscando cada vez mais pela qualidade de seus serviços e produtos, e a logística é uma parte importante para que isso ocorra.

Logística Reversa

A logística reversa é um ramo da logística que remete para a movimentação de um determinado produto, desde o ponto onde foi consumido até o ponto onde foi produzido. A recolha de alguns tipos de lixo reciclável (como garrafas de plástico) é um dos exemplos de logística reversa. Outro exemplo de logística reversa pode ser verificado no serviço dos Correios, mais concretamente na remessa de documentos e mercadorias em devolução.
A logística reversa (LR) tem como objetivo reaproveitar alguns resíduos sólidos, diminuindo a necessidade de utilizar matéria prima, reduzindo consequentemente o impacto ambiental.




29 de set. de 2013

SISTEMA ENDOCRINOLÓGICO

Endocrinologia

A endocrinologia é uma das várias especialidades médicas que existem atualmente. O médico endocrinologista é o profissional responsável por cuidar do nosso sistema endócrino. Esta é uma área da medicina que foi criada mais recentemente, por este motivo pode ainda ser um grande mistério para muitas pessoas.

O que é a endocrinologia?

 A endocrinologia é um ramo da medicina que procura cuidar de todos os transtornos que possam ocorrem nas glândulas endócrinas. O nome endocrinologia vem do grego, sendo que, “endo” se refere a interno e “krino” se refere a separar, secretar. Ou seja, endocrinologia quer dizer algo como “secreção interna”, uma forma de mencionar os hormônios.

A endocrinologia chegou ao Brasil somente por volta de 1980 e é, portanto, uma área de atuação bem recente. Foi neste período que se criou a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, também conhecida por SBEM. Este ramo da medicina tem recebido cada vez mais atenção, pois é o grande responsável pelo controle da obesidade.

O que faz um endocrinologista?

O médico endocrinologista é quem cuida do nosso sistema endócrino e de suas secreções. Estas secreções recebem o nome de hormônios. A variação na quantidade de hormônios dentro do nosso organismo pode causar uma série de transtornos e doenças. As principais complicações serão mencionadas logo a seguir.

O que é o sistema endócrino?

O sistema endócrino é um dos muitos sistemas que regulam o funcionamento do nosso organismo. Este sistema é formado por um conjunto de órgãos que possuem, como principal característica, a secreção dos hormônios. Os órgãos do sistema endócrino que possuem a característica de secretar estes hormônios recebem o nome de glândulas. As glândulas do sistema endócrino recebem o nome de glândulas endócrinas.


Nosso organismo é composto por dois tipos diferentes de glândulas, as endócrinas e as exócrinas. Quem cuida das glândulas endócrinas é o endocrinologista. As glândulas endócrinas lançam os hormônios que são secretados diretamente no nosso sangue. Cada hormônio age sobre alguns tipos de células. Quando o hormônio secretado atinge a célula-alvo que lhe é destinada, ocorre a resposta característica desta ação hormonal.
Os hormônios atuam em nosso organismo regulando um ou mais órgãos. Eles são extremamente importantes para o bom funcionamento do nosso corpo. Quando há alguma disfunção de secreção os problemas de saúde aparecem.  Os hormônios são os responsáveis, por exemplo, pela nossa reprodução, pelo funcionamento do metabolismo, pelo nosso crescimento e também pelo nosso desenvolvimento.
São muitos os tipos de glândulas endócrinas que existem no organismo. Podemos destacar algumas mais importantes como a hipófise, o hipotálamo, a tireoide, as paratireoides, os ovários, os testículos e as supra-renais, por exemplo. Cada uma destas glândulas endócrinas produz um ou mais tipos de hormônios. Quando alguma destas glândulas não está funcionando corretamente, ocorrem disfunções no nosso organismo. Abaixo vamos indicar os principais transtornos causados por falhas do sistema endócrino.

De quais doenças a endocrinologia trata?

 Quando ocorrem falhas do sistema endócrino nosso organismo responde de alguma forma. As complicações médicas mais populares que são causadas por disfunções nas glândulas endócrinas são a obesidade, a diabetes mellitus, alterações no colesterol, o hipotireoidismo e hipertireoidismo e os ovários policísticos.

A obesidade é uma doença crônica que possui como característica o excesso de gordura corporal. Não há somente uma causa para a obesidade e esta é uma doença bem complexa, pois ela integra fatores físicos e psicológicos, entretanto, o endocrinologista é um dos responsáveis pelo seu controle, pois pode ocorrer devido a alterações hormonais. O número de pessoas com obesidade mórbida tem crescido progressivamente nos dias de hoje. Este fator contribuiu para o maior enfoque neste recente ramo da medicina. São poucas as pessoas que desenvolvem obesidade somente devido a fatores genéticos, entretanto, quase sempre este é o principal motivo popularmente apontado.
Outras doenças como a dibetes mellitus e o hipertireoidismo são muito comuns na atualidade e são geradas devido a disfunções hormonais. O hipertireoidismo, por exemplo, é causado quando há excesso de hormônio tireoidiano no organismo. Já a dibates mellitus ocorre quando há a falta de hormônio insulina no sangue.
 
Tireoide
A tireoide é uma glândula que produz hormônios que são essenciais para o funcionamento do organismo em todas as etapas de nossas vidas. Afeta o desenvolvimento e crescimento na criança, o metabolismo, a função de diversos órgãos e a fertilidade.
As doenças da glândula são muito frequentes. A tireoide pode aumentar de tamanho homogeneamente ou na forma de nódulo(s), benigno ou maligno. Quando deixa de produzir hormônios adequadamente ocorre o hipotireoidismo e quando ela produz em excesso, o hipertireoidismo. Ambas situações trazem consequências negativas para o organismo.
Deve-se dar atenção especial ao feto e neonato, pois o hipotireoidismo nestas fases da vida causa graus variáveis de retardo mental irreversíveis se não for tratado precocemente. Por isto, é extremamente importante a avaliação da tireoide da gestante para garantir sua ingestão adequada de iodo (usado pela tireoide da mãe e do feto para produzir os hormônios).
1) Qual a função da tireoide?
A tireoide é uma glândula localizada na região anterior do pescoço abaixo da cartilagem cricóide, conhecida como pomo de Adão. Ela é formada por dois lobos, que ficam dispostos de cada lado da traquéia, e pelo istmo que une os dois lobos fazendo com que a glândula tenha formato semelhante ao de uma borboleta.
A sua principal função é produzir os hormônios tireoidianos triiodotironina (T3) e tetraiodotironina (T4). A tireoide produz principalmente o T4 e este vai ser transformado perifericamente (dentro das células nos tecidos alvo) em T3, que é o hormônio ativo. O T3 vai se ligar a receptores no núcleo das células, estimulando o funcionamento das mesmas.
O hormônio tireoidiano age em praticamente todos os órgãos, estimulando várias funções, como se fosse a gasolina do corpo humano. O hormônio tireoidiano age no coração controlando os batimentos cardíacos; no intestino controlando o peristaltismo e frequência de evacuações, na temperatura corporal, no humor, na memória; e outras funções cognitivas.
Age também no osso, no músculo e no tecido adiposo. Nas mulheres pode alterar a ciclo menstrual e ovulação quando ocorrem disfunções tireoidianas.
O hormônio tireoidiano é extremamente importante para a formação do sistema nervoso central no feto e no neonato e a deficiência destes hormônios, o hipotireoidismo, durante esta fase da vida gera retardo mental que pode ser irreversível se não tratado no primeiro ano de vida.
2) Principais problemas relacionados à glândula tireoide? Por que ocorrem?
A tireoide pode ter alteração funcional ou anatômica. Quanto à alteração anatômica, esta pode ser pela presença de nódulos (bócio uninodular ou multinodular) ou pelo crescimento uniforme da glândula (bócio difuso).
O bócio, chamado popularmente de papo, significa qualquer aumento da tireoide, seja de forma difusa ou nodular. O bócio difuso pode ocorrer nas disfunções tireoidianas, que será comentado posteriormente, ou quando ocorre deficiência de iodo também chamado de bócio endêmico. O bócio endêmico é mais raro no Brasil devido à implementação do iodo no sal de cozinha a mais de uma década.
Os nódulos são detectados ao exame clínico, ou seja, pela palpação do pescoço, em 4-7% da população e em 95% dos casos são benignos. No caso dos malignos os pacientes são submetidos a tireodectomia total (retirada da glândula) e reposição hormonal. Felizmente a grande maioria dos casos de câncer de tireoide tem um prognóstico excelente quando manejados de forma adequada.
A tireoide pode ter dois tipos de disfunção: o hipotireoidismo, quando funciona menos do que o necessário; e o hipertireoidismo, quando a glândula funciona mais do que deveria.  Estas disfunções são, na maioria dos casos, geneticamente herdadas e outros membros da família também são acometidos por estas disfunções.
Tanto o hipotireoidismo como o hipertireoidismo são doenças autoimunes. O indivíduo produz anticorpos contra a própria tireoide, bloqueando ou estimulando o seu funcionamento, respectivamente.
O hipotireoidismo é a alteração mais frequente da tireoide. Sua prevalência em mulheres é em torno de 10% e aumenta na menopausa, ficando em torno de 12 a 15% nesta fase. Em homens é menos frequente e sua prevalência é em torno de 3%. A incidência do hipotireoidismo em mulheres é de 4/1000 por ano e nos homens de 0,6/1000 por ano.
3) Como é feito o diagnóstico das disfunções tireoidianas?
O TSH é o hormônio estimulador da tireoide, ele é produzido pela hipófise e controla o funcionamento da tireoide. Quando ocorre o hipotireoidismo o TSH se eleva para estimular a glândula e quando a tireoide está hiperfuncionante, o TSH fica suprimido.
O TSH, o T4 e o T3 são utilizados em conjunto para avaliação da função tireoidiana, sendo o TSH o exame mais robusto.
Durante as últimas décadas, os avanços na sensibilidade e precisão dos ensaios laboratoriais para dosagem de TSH, bem como o entendimento das disfunções subclínicas (alterações discretas da função tireoidiana), possibilitou fomentar a discussão sobre o que constituem os valores de normalidade do TSH no soro.
Argumenta-se que o estabelecimento de normalidade mais refinado, refletiria melhor a “saúde tireoidiana” do que os valores atualmente adotados. Este assunto é de fundamental importância porque se relaciona com a realização de rastreamentos populacionais para disfunções tireoidianas e com a determinação do momento adequado para que a terapia de reposição hormonal seja iniciada, assim como na determinação do intervalo ideal dos valores de TSH dentro do qual os pacientes em tratamento para o hipotireoidismo devem manter seu TSH sérico. O atual valor normal do TSH sérico é de 0,4 a 4 mUI/L, algumas instituições recomendam a redução desses valores,  ressaltando que 95% da população dos indivíduos eutireoidianos saudáveis apresentam um TSH sérico entre 0,4 e 2,5 mUI/L.
A Sociedadade Americana dos Endocrinologistas Clínicos considera  o valor normal de TSH de 0,3 a 3,0 mUI/L
4) Por que o emagrecimento ou ganho de peso pode ter alguma relação com o funcionamento da tireoide?
A tireoide é a gasolina do corpo, age estimulando o funcionamento e diversas funções nos diferentes órgãos, portanto ela estimula o metabolismo e o gasto energético. Quando a tireoide esta funcionando, menos no caso do hipotireoidismo, a paciente vai ter um gasto energético reduzido. Além disso, ocorre retenção de líquido o que ocasiona um aumento de peso em torno de 10% do peso corporal.
No hipertireoidismo ocorre o contrário, há um aumento do metabolismo e do gasto energético que a paciente não consegue compensar com o concomitante aumento do apetite. Mas, devemos salientar que é um mito dizer que uma pessoa é gorda ou magra porque tem problema de tireoide. Estas disfunções causam alteração transitória do peso enquanto a paciente não está sendo tratada, uma vez que a paciente está recebendo tratamento adequado o peso vai depender da ingesta e do gasto calórico como ocorre com qualquer pessoa saudável.
5) O que estes problemas podem causar? Podem desencadear outros problemas de saúde a curto ou longo prazo?
No hipotireoidismo o(a) paciente vai apresentar um ou mais destes sinais e sintomas, que podem variar de intensidade conforme a gravidade da doença:
  • alteração de humor como desânimo e até depressão;
  • memória comprometida;
  • distúrbio do sono;
  • pele seca;
  • queda de cabelo;
  • intolerância ao frio (sente mais frio do que o normal);
  • edema (inchaço) de pálpebras principalmente, mas, também, edema de pernas e mãos;
  • obstipação (intestino preso) nas mulheres pode haver alteração do ciclo menstrual até amenorréia (parada da menstruação);
  • e em ambos os sexos pode haver diminuição da libido.
Caso haja demora no diagnóstico e tratamento pode ocorrer anemia, alteração do colesterol, aumento da pressão arterial, insuficiência cardíaca e raramente o coma, que ocorre mais em idosos quando o diagnóstico não é feito ou param de fazer o tratamento adequado.
No hipertireoidismo, os sinais e sintomas são opostos aos do hipotireoidismo, ou seja, o(a) paciente vai apresentar agitação; irritabilidade; alteração do sono (insônia); cabelos finos e unhas quebradiças; pele quente e úmida; intolerância ao calor (sente mais calor do que o normal); aumento da frequência de evacuações, podendo ter diarreia; alteração do ciclo menstrual (diminuição do intervalo e alteração de fluxo); taquicardia; e tremor das mãos.
Em longo prazo, o hipertireoidismo pode causar arritmias cardíacas, como fibrilação atrial; diminuição da massa magra (músculo); e diminuição da massa óssea com osteoporose e possível aumento do risco de fraturas em mulheres pós-menopausa.
6) Como manter a tireoide longe de problemas?
Não existe nenhuma dieta ou cuidado especial que possa impedir o aparecimento destas disfunções. Importante ressaltar que as fórmulas de emagrecimento, em geral, contém hormônio tireoidiano para aumentar o gasto calórico. Entretanto isto ocorre as custas de um hipertireoidismo que, como foi comentado acima, tem efeitos deletérios a saúde.
Portanto, é melhor não tentar aumentar a função da tireoide para emagrecer e assim evitar problemas.
7) Como estas disfunções na tireoide devem ser tratadas?
O tratamento do hipotireoidismo é feito com reposição hormonal, levotiroxina, que deve ser tomada diariamente, pela manhã, via oral e em jejum. O médico avalia, com exames de sangue, a função tireodiana e faz ajustes necessários de dose, baseado nos exames laboratoriais e na avaliação clínica da paciente.
No hipertireoidismo há mais de uma opção terapêutica, a droga antitireoidiana, o iodo radioativo ou cirurgia. O paciente pode ser tratado com medicamento que vai diminuir a produção de hormônio tireoidiano pela glândula (droga antitireoidiana), por um período que varia de um a dois anos. Neste período, em geral, o processo imunológico regride.
A outra modalidade de tratamento, quando o medicamento não é a melhor opção, como nos casos mais severos ou intolerância ao medicamento, é o tratamento com iodo radioativo que vai provocar morte celular, redução do volume da glândula e hipotireoidismo. No caso deste tratamento, o paciente vai precisar fazer reposição hormonal.
A terceira opção é o tratamento cirúrgico reservado para casos mais severos ou nos casos em que o bócio é volumoso (aumento exagerado da glândula).
8) De que forma a alimentação influencia no funcionamento da tireoide? Qual a importância do iodo?
A tireoide utiliza o iodo ingerido na dieta para a produção dos hormônios tireoidianos. Uma dieta adequada deve fornecer cerca de 150 microgramas de iodo por dia, que a quantidade suficiente para uma adequada produção dos hormônios tireoidianos.
Medicamentos, vitaminas ou alimentos com grande quantidade de iodo como frutos do mar, pães industrializados entre outros podem fornecer uma quantidade exagerada de iodo, causando disfunção tireoidiana. O excesso de iodo crônico pode ocasionar o hipotireoidismo, enquanto que uma sobrecarga aguda de iodo pode causar tanto hipo como hipertireoidismo.
A falta de iodo gera problemas mais graves. Pode ocasionar o hipotireoidismo e o desenvolvimento do bócio endêmico. As gestantes, em especial, necessitam de mais iodo, cerca de 250 microgramas de iodo por dia, pois este iodo será utilizado pela tireoide do feto para a formação dos hormônios tireoidianos.
A deficiência de iodo na gestante pode ocasionar problemas obstétricos e hipotireoidismo no feto - que leva a alterações no desenvolvimento do sistema nervoso -,  levando a retardo mental irreversível, se não tratado no primeiro ano de vida da criança. Para diagnosticar precocemente o hipotireoidismo no neonato se faz o teste do pezinho.




8 de jun. de 2013

Teoria da Burocracia

Origens da Teoria da Burocracia 

 A Teoria da Burocracia desenvolveu-se na Administração por volta da década de 1940, em função dos seguintes aspectos:


  1. A fragilidade e a parcialidade da Teoria Clássica e da Teoria das Relações Humanas, ambas oponentes e contraditórias, mas sem possibilitarem uma abordagem global e integrada dos problemas organizacionais. Ambas revelam o ponto de vista extremistas e incompletos sobre a organização, gerando a necessidade de um enfoque mais amplo e completo.
  2. A necessidade de um modelo de organização racional capaz de caracterizar toas as variáveis envolvidas, bem como o comportamento dos membros dela participantes, e aplicável não somente a fabrica, mas toda a forma de organizações humana e principalmente as empresas.
  3. O crescente tamanho e complexidade das empresas passaram a exigir modelos organizacionais mais bem-definidas. Milhares de homens e mulheres colocados em diferentes setores de produção e em diferentes níveis  hierárquicos : os engenheiros e administradores no alto da pirâmide e os operarios na base. Devem executar tarefas especificas e ser dirigidos e controlados. Tanto a Teoria Clássica como a Teoria das Relações Humanas mostraram-se insuficientes para responder à nova situação.
  4.  O ressurgimento da Sociologia da Burocracia, a partir da descoberta dos trabalhos de Max Weber, seu criador. A Sociologia da Burocracia propõe um modelo de organização e as organizações não tardaram em tentar aplica-lo na prática, proporcionando as bases da Teoria da Burocracia.

Origens da Burocracia

 

A burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na adequadação dos meios aos objetivos(fins) pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência  possível no alcance desses objetivos. As origens da burocracia remontam à época da Antiguidade.
   

Burocracia como forma de Organização

A burocracia - tal como ela existe hoje, como a base do moderno sistema de produção - teve sua origem nas mudanças religiosas verificadas após o Renascimento, Weber salienta que o sistema moderno de produção, racional e capitalista, não se originou das mudanças tecnológicas nem das relações de propriedade, como afirma Kari Mark, mas de um novo conjunto de normas sociais morais, às quais denominou "ética protestante", o trabalho duro e árduo como dádiva de Deus, a poupança e o ascetismo que proporcionaram a reaplicação das rendas excedentes , em vez do seu dispêndio e consumo em símbolos materiais improdutivos de vaidade e prestigio. Verificou que o capitalismo, a burocracia(como forma de organização) e a ciência moderna constituem três formas de racionalidade que surgiram a partir dessas mudanças religiosas ocorridas nos países protestantes e não em países católicos. As semelhanças entre o protestante ( o Calvinista, principalmente) e o comportamento capitalista são impressionantes. Esses três formas de racionalidade se apoiaram mutuamente nas mudanças religiosas. Para compreender a burocracia, Weber estudou os tipos de sociedade e os tipos de autoridade.

 Fonte Bibliográfica : Idalberto Chiavenato
                                                         Introdução
                                           Teoria Geral da Administração
                                      Sétima Edição, Revisada e Atualizada
                                           Editora: ELSEVIER- CAMPUS

Teoria Estruturalista

 As origens da Teoria Estruturista na Administração foram as seguintes:


  1. A posição surgida entre a Teoria Tradicional e a Teoria das Relações Humanas - incompatíveis entre si - Tornou necessária uma posição mais ampla e compreensiva que integrasse os aspectos que eram considerados por uma e omitidos pela outra e vice-versa.
A Teoria Estruturalista pretende ser uma síntese  da Teoria Clássica (formal) e da Teoria das Relações Humanas (informal), inspirando-se na abordagem de Max Weber e, até certo ponto, nos trabalhos de Karl Marx.

   2.  A necessidade de visualizar "a organização como uma unidade social e complexa, onde interagem grupos sociais " que compartilham alguns dos objetivos da organização (como viabilidade econômica da organização), mas que podem incompatibilizar com outros (como a maneira de distribuir dos lucros da organização). Nesse Sentido, o dialoga maior da Teoria Estruturalista foi com a Teoria das Relações Humanas.
  3.   A influencia do estruturalismo nas ciências sociais  e sua percussão no estudo das organizações. O estruturalismo Teve Forte Influencia na filosofia, na Psicologia (com a Gestalt), na Antropologia (com Claude Lévy- Strauss), na Matemática (com N.Bourbaki), na Linguística, chegando até a teorias das organizações com Thompson, Etzioni e Blau.
Nas ciências sociais, as ideias de Lévy- Strauss (estruturalismo abstrato : a estrutura é uma construção abstrata de modelos para representar a realidade empírica), de Gurwitch e Radcliff-Brown ( estruturalismo concreto : a estrutura é o conjunto de relações sociais em um dado momento), Karl Marx (estruturalismo dialético,  a estrutura é constituida de partes que, ao longo do desenvolvimento do todo, se descobrem, se diferenciam e de uma forma dialética, ganha autonomia uma sobre as outras, mantendo a integração e a totalidade sem fazer soma ou reunião entre si, mas pela reciprocidade instituída entre elas) e de Max Weber ( estruturalismo fenômenológico: estrutura é um conjunto que se constitui, se organiza e se altera e seus elementos têm uma certa função sobre uma certa relação, que impede o tipo ideal de estrutura de retratar fiel e integralmente a diversidade e a variação do fenômeno real) trouxeram novas concepções a respeito do estudos das organizações sociais. Na Teoria administrativa, os estruturalistas se concentram nas organizações sociais, variando entre o estruturalismo fenomenológico e o dialético.

  4. O Novo conceito de estrutura. O conceito de estrutura é bastante antigo. Heráclito, nos primórdios da historia e da filosofia, concebia o "logos"
 como uma unidade estrutural que domina o fluxo do ininterrupto do dever e o torna inteligível. É a estrutura que permite reconhecer o mesmo rio, embora suas águas jamais sejam a mesmas devido a continua mudança das coisas. Estrutura é um conjunto formal de dois ou mais elementos e que permanece inalterado seja na mudança, seja na diversidade de conteúdos, isto é , a estrutura mantém se mesmo com a alteração de um dos seus elementos ou relações. A mesma estrutura pode ser apontada em diferentes áreas, e a compreensão das estruturas fundamentais em alguns campos de atividade permite o reconhecimento das mesmas estruturas em outros campos.


Estruturalimos

O estruturalismo está voltado para todo e para o relacionamento das partes na constituição do todo. A totalidade, a interdependência das partes e o fato de que o todo é maior do que a simples soma das partes são as características básicas do estruturalismo. 

A Teoria Estruturalista é representada por grandes figuras da Administração.

Os principais expoentes da Teoria Estruturalista são:

  • James D. Thompson
  • Victor A. Thompson
  • Amitai Etzioni
  • Peter M. Blau
  • David Sills
  • Burton Clarke; 
  • Jean Viet 

No fundo, os autores da Teoria da Burocracia também podem ser considerados estruturalistas.

  • Max Weber
  • Robert K. Merton
  • Philip Selznick
  • Alvin Goudner

Alguns autores neo-estruturalista ou em sua fase neo- estruturalista são:

  • James D. Thompson
  • Charles Perrow
  • Jay R. Galbraith
Estrutura 
" O todo não é de nenhuma maneira a suas partes ... Para que haja estrutura é necessário que existem entre partes outras relações que não a simples jusaposição, e que cada uma das partes  manifeste propriedade que resultam da sua dependência à totalidade."
Ha estrutura(em seu aspecto mais geral, para Jean Viet) "quando elementos são reunidos em uma totalidade e quando as propriedades dos elementos dependem inteiramente ou parcialmente desses carecteres da totalidade". Assim, toda modificação de um elemento acarreta a modificação dos outros elementos e a relações".

Bibliografia : Idalberto Chiavenato
                                 Introdução
                      Teoria Geral da Administração
                      sétima Edição, Revisada e Atualizada
                      Editora: ELSEVIER- CAMPUS